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Eleições 2020: líderes evangélicos redefinem apoios no Rio e em São Paulo, no segundo turno

 

Maiá Menezes, João Paulo Saconi e Gustavo Schmitt

O Globo



A uma semana do segundo turno, líderes evangélicos estão redefinindo apoios nas duas principais capitais do país.

Em São Paulo, a saída de Celso Russomanno (Republicanos) aumentou o arco do prefeito Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, enquanto no Rio, a perspectiva de vitória de Eduardo Paes (DEM) tem provocado baixas entre apoiadores do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), sobrinho de Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, e que tem no segmento seu principal trunfo em busca da reeleição.

Paes e Crivella já estiveram em templos de Madureira, Campo Grande e Barra da Tijuca. Nesses locais, eles não podem pedir votos e, em geral, pastores e bispos apenas oferecem uma oração em nome da pessoa presente.

Paes, que não é evangélico, foi convidado pelo bispo Abner Ferreira, da Assembleia de Deus de Madureira, a participar de um culto conhecido como Santa Ceia, celebração mensal que é das mais relevantes para a igreja.

Em um evento extraoficial com pastores e fiéis neste sábado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) pediu aos presentes que levassem as propostas de sua campanha à reeleição para outras igrejas evangélicas com o objetivo de expandir seus votos do segmento religioso no segundo turno da disputa pela prefeitura do Rio.

No encontro, a proibição de realizar campanhas eleitorais dentro de templos religiosos foi ressaltada, e os fiéis foram orientados a conversar com possíveis eleitores apenas fora das igrejas, além de evitar o uso de material de campanha, como adesivos, durante o culto.

O voto entre os evangélicos é importante para a campanha de Crivella. Pesquisa Ibope divulgada na última quinta-feira mostra que o prefeito vence seu adversário, Eduardo Paes (DEM), apenas neste segmento.

“Amanhã [domingo] é o dia de Deus, é o dia dos alentos. Amanhã eu imploro aos meus irmãos, se puder, pegar o material e ir nas outras igrejas. Depois que acabar o culto, e o irmão ou a irmã a gente conhece olhando, dizer humildemente o que eu estou falando a vocês. Não é por Crivella ser pastor, não é porque o Crivella é prefeito. São as nossas crianças”, declarou o prefeito.

R.R. Soares, fundador Igreja Internacional da Graça de Deus, autorizou o uso de um vídeo seu de apoio a Crivella, de 2017, na campanha, mas aliados garantem que não gravará novamente.

Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, voltou atrás na decisão de gravar para o prefeito diante da perspectiva de derrota. Santiago, por outro lado, embarcou na campanha de Bruno Covas (PSDB), em São Paulo.

Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, declarou que vai ficar neutro no Rio — seu irmão, o deputado Samuel Malafaia (DEM-RJ), já declarou apoio a Paes — e agora está concentrado em produzir vídeos contra Guilherme Boulos. A união dos líderes evangélicos contra o candidato do PSOL reflete a ojeriza às posições do partido sobre gênero, a descriminalização das drogas e do aborto.

Sem Russomanno na disputa, a oposição a Boulos consolidou o apoio a Covas. O atual prefeito tem o apoio das principais denominações, como a Assembleia de Deus Ministério Belém e Ministério Madureira, além de avançar na base da Universal, que estava com o candidato do Republicanos. Levantamento do Datafolha anterior ao primeiro turno já apontava uma liderança de Covas no segmento, enquanto Boulos ficou apenas em 5º.

A bancada de vereadores evangélicos na Câmara também pesa a favor do tucano. Dos 11 vereadores, ao menos oito fazem parte da sua base. O principal é o presidente da Casa, Eduardo Tuma (PSDB), que abriu caminho para Covas entre pastores.

Fonte: O Globo


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