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Os pastores, o púlpito e a depressão

Após a cada culto, e fora do púlpito pastores vivem outra realidade.
Vejo pastores se apresentando nos púlpitos das igrejas como ‘super-crentes’, como alguém que não peca, não comete erros, e tudo que faz dá certo.

O casamento deles é perfeito, os filhos são perfeitos, e eles tem resposta para tudo.

Sempre engomadinhos, roupas bem passada, barbas feitas, cabelos cortados, e usando bons perfumes.

Seus sermões, sempre recheados de aconselhamento e fé. É assim que muitos se apresentam à igreja.

Nunca estão tristes, nunca contam problemas, são verdadeiros homens de sucesso.


Confundem “ser exemplo dos fiéis” com passar uma imagem sempre positiva, vivendo uma vida fantasiosa e de aparências para não decepcionar as ovelhas.

O resultado disso é o cansaço e a frustração, ladeada por uma depressão aguda. O sentimento de fracasso alcança os pastores.

Realidade
Isso acontece porque fora do culto todo pastor “cai na real”, e percebe que a vida é dura para todo mundo.

Pastor tem contas para pagar, passa por enfermidades, é cobrado por sua família sobre aquilo que ele prega no púlpito.

Tal como o apóstolo Paulo, o pastor, apesar de toda dedicação, não consegue agradar a Deus em tudo, e às vezes se sente um hipócrita. Isso incomoda e entristece profundamente. Apela para Jesus, mas tem como resposta: “Minha Graça te basta” (2Co 12.9).

Tudo isso pode levar o pastor a questionar sua chamada ministerial e fazê-lo pensar em desistir. É exatamente nessa hora que inimigo se aproveita e tenta persuadi-lo a tirar sua própria vida. Um momento de loucura temporária que é desencadeada no pico da crise.

Esse fato rouba a capacidade de discernimento do pastor, rompe a barreira do equilíbrio emocional que o separa da racionalidade e espiritualidade.

Nessa hora todo o conhecimento teológico que o fez pregar e aconselhar as ovelhas durante anos, é esquecido.

Não confiando em ninguém para desabafar e buscar ajuda médica e espiritual ele acaba cedendo ao pior.

Necessidade de mudança
Talvez, seja hora de os pastores pararem de se apresentar como executivos bem-sucedidos, e falarem ao rebanho e a família que são pessoas normais.

Escolher e nomear líderes espirituais, confidentes, para as suas vidas, e até buscarem ajuda médica, se preciso.

Penso que fazendo isso diminuiria o suicídio entre meus pares.

Seara News

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