
O vereador Tárcio de Eudiane (União Brasil) usou a tribuna da Câmara Municipal de Natal nesta quarta-feira 5 para abordar um tema pouco debatido entre os homens: a prevenção do câncer de próstata. Em tom direto e popular, ele chamou atenção para o tabu em torno do exame de toque retal, destacando que a vergonha e a vaidade masculinas custam vidas todos os anos.
“Poucos homens fazem, a maioria tem vergonha. Eu tenho 43 anos, já fiz o exame e sem nenhum tipo de vergonha. Fiz o exame de sangue, mas achei mais importante ir ao médico e levar o toque. Nem fiquei mais homem nem fiquei menos homem, sou a mesma pessoa”, declarou.
Vereador Tárcio de Eudiane (União Brasil). Foto: Francisco de Assis / CMN
O parlamentar comparou o engajamento das campanhas femininas do Outubro Rosa com a falta de visibilidade do Novembro Azul.
“As mulheres fazem eventos, divulgam, têm caminhão que faz mamografia nos bairros, mas sobre Novembro Azul poucas pessoas falam. Sabe por quê? Porque os homens são vergonhosos, têm medo.”
Tárcio apresentou dados alarmantes sobre a doença: segundo ele, entre 2023 e 2025, 72 mil homens foram diagnosticados com câncer de próstata no Brasil; só em 2024, 8 mil morreram. No Rio Grande do Norte, mais de 500 homens perderam a vida pela mesma causa no mesmo período.
“Pior é quando você estiver no leito do hospital, com câncer de próstata, e a onda não tiver mais jeito. Ou quando fizer a cirurgia e ficar ‘broxa’, ficar urinando. Essa é a realidade”, alertou.
O vereador defendeu que o poder público ofereça mais campanhas educativas e exames gratuitos nas unidades básicas de saúde, especialmente para homens de baixa renda.
“A gente tem que ter mais visibilidade, mostrar mais, ter um caminhão que rode fazendo esses exames nos bairros e nos municípios. Às vezes, a pessoa não tem condição de pagar uma consulta, e é aí que o poder público tem que entrar.”
Encerrando sua fala, Tárcio reforçou o apelo aos homens: “Você que está em casa, preste atenção. Se tiver acima de 45 anos, procure o médico para levar o toque, porque às vezes o sangue não descobre, não. Não tenha vergonha. Eu já fiz e, se precisar, eu vou de novo. Não vou viciar, mas eu vou de novo.”
A fala provocou risadas no plenário, mas também aplausos. O vereador resumiu sua mensagem com simplicidade: “Vergonha não cura doença; exame, sim
Agora RN
0 Comentários