O número de evangélicos em Portugal cresceu nas últimas décadas impulsionado pela imigração de brasileiros.
Segundo um estudo da Aliança Evangélica Portuguesa (AEP), realizado entre março e abril deste ano, as igrejas evangélicas estão em pleno crescimento no país de maioria católica.
A pesquisa entrevistou 509 pastores de todas as regiões de Portugal. Cerca de 88% deles afirmaram que as suas igrejas registraram um crescimento em relação a 2003, quando o último estudo da AEP foi realizado.
Além disso, 73% dos líderes disseram que a frequência nos cultos cresceu e 70% das igrejas têm planos e locais definidos para plantar novas igrejas nos próximos cinco anos, principalmente na região da Grande Lisboa, Aveiro e Porto.
O presidente da AEP, Timóteo Cavaco, observou que o crescimento evangélico na nação portuguesa não é algo recente.
“É um crescimento visível, mas que não é novo. Temos assistido nas últimas décadas a um crescimento da diversidade religiosa em Portugal. Em 1940, mesmo durante o Estado Novo, já se notava alguma diversidade religiosa em Portugal”, comentou ele, em entrevista à CNN Portugal.
Perfil do evangélico em Portugal
O estudo da Aliança Evangélica também revelou o perfil dos novos convertidos à fé evangélica: 76% são mulheres, 82% têm menos de 43 anos, 48% eram católicos, e 54% são nascidos em Portugal.
De acordo com os últimos Censos do país, feitos em 2021, entre a população com mais de 15 anos, 186 mil pessoas se identificam como protestantes evangélicos. O número representa mais de 2% da população.
“80% da população se identifica com a Igreja Católica. 14% dizem não ter religião”, informou Jorge Botelho Moniz, professor da Universidade Lusófona, onde coordena o mestrado em Ciências das Religiões.
Para José Brissos Lino, especialista em Ética e Ciência das Religiões, o crescimento das igrejas evangélicas em Portugal se deve principalmente à imigração brasileira.
“Há igrejas para diferentes gostos. Com vozes tão diferentes e tão diversas, a Aliança Evangélica tem até uma certa dificuldade em dizer ou não o que é evangélico”, avaliou.
Guia-me
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