Apenas 5 % desses procedimentos envolveram risco grave à saúde ou à vida da mulher, ou apresentavam graves malformações fetais. A grande maioria – 94,6 % dos casos – foram feitos a pedido da mulher sem que essas condições se aplicassem, o que representa um recorde segundo os registros do Ministério da Saúde.
Em termos etários, as maiores proporções de abortos ocorreram entre mulheres de 20 a 24 anos (19,6 %) e de 24 a 28 anos (18 %). Foram registrados 11.710 casos de meninas de até 19 anos (9,1 %).
No setor público, os abortos representaram 21,25 % dos casos – quase o dobro de dez anos atrás. A maioria dos procedimentos continua ocorrendo em clínicas privadas fora do ambiente hospitalar, com 70,9 % dos casos realizados nesse tipo de estabelecimento.
Sistema público
Entre 2019 e 2024, clínicas privadas receberam pelo menos 150 milhões de euros dos orçamentos públicos das comunidades autônomas para realizar abortos que não são cobertos pelo sistema público de saúde.
A proporção de mulheres espanholas que já passaram por aborto caiu levemente, de 67 % para 64 % em três anos. Entre mulheres de origem africana ou europeia, o padrão é semelhante. No entanto, entre mulheres da América do Sul, América Central e Caribe, houve um crescimento: de 17 % do total em 2015 para 22 % em 2024.
As comunidades autônomas com os maiores índices de abortos por mil mulheres continuam sendo Catalunha, Madrid e Ilhas Baleares.
A Espanha volta ao debate sobre o aborto nos últimos dias. Médicos cristãos têm pedido que os efeitos de médio e longo prazo do procedimento sobre as mulheres não sejam ocultados.
O menor número de abortos registrado recentemente foi em 2020 (88.269), ano em que a pandemia da Covid-19 impôs severas restrições de deslocamento, inclusive para acesso a serviços de saúde.
A lei do aborto de 2010 já havia gerado recorde em 2011, com 118.611 abortos.
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