
O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o bispo Samuel Ferreira, líder da Assembleia de Deus Madureira, movimentou os bastidores políticos e o meio religioso. A reunião, que contou com a presença do deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), foi marcada por um tom amistoso e por discussões sobre o papel social das igrejas evangélicas no país.
Segundo Cezinha, Lula demonstrou interesse em compreender mais de perto as ações realizadas pela denominação, reconhecendo a relevância das instituições religiosas no amparo a comunidades carentes. “O presidente quis entender as atividades da igreja e reconheceu que, muitas vezes, ela faz mais do que o próprio Estado”, relatou o parlamentar ao UOL.
Durante o encontro, o bispo orou pelo presidente e o presenteou com duas edições especiais da Bíblia — uma voltada para ministros e outra comemorativa do centenário da igreja. Para Cezinha, o diálogo entre fé e governo deve se manter aberto. “A igreja não foi feita para brigar com o governo. Jesus veio para trazer paz, e é nisso que cremos”, afirmou.
A reunião, no entanto, gerou divergências dentro do meio evangélico. Nas redes sociais, parte dos fiéis criticou Samuel Ferreira, acusando-o de se aproximar demais do governo petista. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) também reagiu, compartilhando uma foto do encontro e publicando versículos bíblicos que falam sobre justos e injustos, o que muitos interpretaram como uma indireta política.
Cezinha aproveitou a ocasião para defender a indicação de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o deputado, Messias é “bem preparado, evangélico e entende o coração do cristão”. Ele acrescentou: “Não podemos perder a oportunidade de ter mais um ministro evangélico no Supremo.”
Atualmente, André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro, é o único ministro da Corte que professa a fé evangélica. Caso a escolha de Messias se concretize, seria a primeira vez na história do STF com dois representantes declaradamente evangélicos.
Fuxico Gospel
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