
Pastor estressado (Foto: IA/Canva
Em sua despedida, o pastor deixou claro que não pretende colocar em risco o trabalho do Reino enquanto enfrenta a depressão, uma decisão que expõe a urgência de atenção à saúde emocional no ambiente pastoral. “Enquanto eu estiver com a doença, não vou arriscar continuar com o ministério de qualquer igreja para não causar prejuízo ao reino de Deus”, afirmou.
O caso de Luciano traz à tona um cenário que muitos líderes vivem em silêncio. Segundo levantamento do Barna Group, 42% dos pastores americanos já cogitaram deixar o ministério devido à exaustão. No Brasil, uma pesquisa da PUC-SP indicou que 8% dos pastores da Convenção Geral das Assembleias de Deus apresentavam sintomas de depressão e 18,4% de ansiedade, problemas frequentemente agravados pela falta de espaços seguros para manifestar suas dificuldades emocionais.
A psicóloga Danielle Silva destaca que a sobrecarga de trabalho, a constante cobrança por excelência e o isolamento afetivo são fatores que pesam no adoecimento desses líderes. “Muitos acumulam funções e expectativas e perdem a conexão com suas próprias necessidades, permanecendo em estado de alerta por longos períodos”, explica. Ela ressalta ainda que o estigma associado ao sofrimento psíquico, muitas vezes interpretado como falta de fé, atrasa a busca por ajuda e aprofunda o sentimento de culpa.
Silêncio
O silêncio em torno da saúde mental pastoral também é uma questão teológica e cultural. O pastor e psicanalista Sidnei Vicente Paula de Melo reforça que fé e ciência podem caminhar juntas para promover a cura. “A psicanálise visa levar o indivíduo a buscar reconciliação, inclusive intrapsíquica, com seu próprio interior, o que complementa o cuidado espiritual”, afirma. Para ele, o acolhimento emocional é parte essencial do ministério, e a igreja deve ser um espaço seguro para o alívio das feridas emocionais.
Segundo o pastor e psicanalista Anderson Aurora, a escuta clínica ajuda a transformar o sofrimento em processo de cura. “A igreja é vocacionada para acolher os cansados e oprimidos, e a psicanálise pode auxiliar na identificação de emoções e traumas, colaborando para a libertação emocional”, reforça.
O pastor Júnior Martins, autor do livro “A Batalha Silenciosa dos Pastores”, tem dedicado esforços para revelar essa realidade. Ele lembra que, no Brasil, estima-se que cerca de 60% dos líderes religiosos enfrentem algum grau de depressão, um número alarmante que encontra pouca visibilidade. “Muitos pastores se sentem sem saída, seja pelo medo do estigma, seja pela ausência de apoio dentro da igreja. Romper o silêncio é o primeiro passo para o cuidado”, comenta.
Contexto religioso
Martins acrescenta que o livro aborda personagens bíblicos como Sansão e Judas para mostrar que o sofrimento emocional faz parte da experiência humana, inclusive no contexto religioso, e que o cuidado com a saúde mental não é um sinal de fraqueza, mas de maturidade espiritual.
A situação do pastor Luciano Estevam pode funcionar como um marco para que as igrejas brasileiras comecem a desenvolver práticas mais efetivas de acolhimento e prevenção. É fundamental que o cuidado com o emocional dos líderes pastorais seja incorporado como parte do ministério e da comunidade, afinal, a qualidade da liderança espiritual reflete diretamente na saúde e vitalidade das igrejas.
Em sua despedida, o pastor deixou claro que não pretende colocar em risco o trabalho do Reino enquanto enfrenta a depressão, uma decisão que expõe a urgência de atenção à saúde emocional no ambiente pastoral. “Enquanto eu estiver com a doença, não vou arriscar continuar com o ministério de qualquer igreja para não causar prejuízo ao reino de Deus”, afirmou.
O caso de Luciano traz à tona um cenário que muitos líderes vivem em silêncio. Segundo levantamento do Barna Group, 42% dos pastores americanos já cogitaram deixar o ministério devido à exaustão. No Brasil, uma pesquisa da PUC-SP indicou que 8% dos pastores da Convenção Geral das Assembleias de Deus apresentavam sintomas de depressão e 18,4% de ansiedade, problemas frequentemente agravados pela falta de espaços seguros para manifestar suas dificuldades emocionais.
A psicóloga Danielle Silva destaca que a sobrecarga de trabalho, a constante cobrança por excelência e o isolamento afetivo são fatores que pesam no adoecimento desses líderes. “Muitos acumulam funções e expectativas e perdem a conexão com suas próprias necessidades, permanecendo em estado de alerta por longos períodos”, explica. Ela ressalta ainda que o estigma associado ao sofrimento psíquico, muitas vezes interpretado como falta de fé, atrasa a busca por ajuda e aprofunda o sentimento de culpa.
Silêncio
O silêncio em torno da saúde mental pastoral também é uma questão teológica e cultural. O pastor e psicanalista Sidnei Vicente Paula de Melo reforça que fé e ciência podem caminhar juntas para promover a cura. “A psicanálise visa levar o indivíduo a buscar reconciliação, inclusive intrapsíquica, com seu próprio interior, o que complementa o cuidado espiritual”, afirma. Para ele, o acolhimento emocional é parte essencial do ministério, e a igreja deve ser um espaço seguro para o alívio das feridas emocionais.
Segundo o pastor e psicanalista Anderson Aurora, a escuta clínica ajuda a transformar o sofrimento em processo de cura. “A igreja é vocacionada para acolher os cansados e oprimidos, e a psicanálise pode auxiliar na identificação de emoções e traumas, colaborando para a libertação emocional”, reforça.
O pastor Júnior Martins, autor do livro “A Batalha Silenciosa dos Pastores”, tem dedicado esforços para revelar essa realidade. Ele lembra que, no Brasil, estima-se que cerca de 60% dos líderes religiosos enfrentem algum grau de depressão, um número alarmante que encontra pouca visibilidade. “Muitos pastores se sentem sem saída, seja pelo medo do estigma, seja pela ausência de apoio dentro da igreja. Romper o silêncio é o primeiro passo para o cuidado”, comenta.
Contexto religioso
Martins acrescenta que o livro aborda personagens bíblicos como Sansão e Judas para mostrar que o sofrimento emocional faz parte da experiência humana, inclusive no contexto religioso, e que o cuidado com a saúde mental não é um sinal de fraqueza, mas de maturidade espiritual.
A situação do pastor Luciano Estevam pode funcionar como um marco para que as igrejas brasileiras comecem a desenvolver práticas mais efetivas de acolhimento e prevenção. É fundamental que o cuidado com o emocional dos líderes pastorais seja incorporado como parte do ministério e da comunidade, afinal, a qualidade da liderança espiritual reflete diretamente na saúde e vitalidade das igrejas.
Fonte: Comunhão
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