
FOTO: RICARDO STUCKERT
Em editorial publicado nesta segunda-feira, 02, o jornal O Estado de S. Paulo afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorre a linguagem religiosa e promessas populistas para transformar obras públicas em palanque e disfarçar a fragilidade de sua gestão.
Durante visita ao sertão da Paraíba, Lula voltou a explorar o palanque como seu principal instrumento de governo. Ao inaugurar um trecho da transposição do Rio São Francisco em Cachoeira dos Índios, o presidente atribuiu a si mesmo uma missão divina.
“Deus deixou o sertão sem água porque Ele sabia que eu ia ser presidente da República e que eu ia trazer água para cá”, disse o petista.
Na ocasião, Lula ainda disse que a obra aguardava havia 179 anos e que só foi possível graças ao seu retorno à Presidência. O tom messiânico do discurso chamou atenção até mesmo entre seus apoiadores mais fiéis.
Antes de desembarcar na Paraíba, o petista passou por Salgueiro, em Pernambuco, onde assinou ordem de serviço para ampliar o bombeamento de água no eixo norte da transposição.
No mesmo evento, lançou promessas em sequência: crédito para moradia, gás de cozinha mais barato, financiamento de motocicletas e viagens pelo país para anunciar programas sociais.
As falas revelam a estratégia do presidente para tentar estancar sua queda de popularidade, especialmente entre eleitores do Nordeste e da população de baixa renda — tradicionalmente suas principais bases de apoio.
Segundo o editorial, Lula parece ignorar o desgaste de seu terceiro mandato e aposta tudo no populismo para se manter no jogo político até 2026.
Lula tenta esconder ineficiência com uso político da religião
O discurso do presidente incorporou termos religiosos de forma explícita. Ele evocou Deus, milagres e fé como justificativas para obras e programas sociais.
Em outra visita recente a Pernambuco, usou palavras religiosas 27 vezes em um só discurso. A retórica busca encantar emocionalmente o eleitor, como se decisões políticas fossem frutos do sobrenatural.
Ao fazer isso, Lula tenta deslocar a responsabilidade de sua gestão para o campo do divino. Isso ocorre ao mesmo tempo em que sua administração enfrenta críticas por ineficiência, improviso e baixa entrega.
Na prática, o governo petista promete milagres, mas entrega resultados ordinários. Lula também recorreu ao velho expediente de culpar o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo ele, muitas obras teriam sido abandonadas na gestão anterior. Em sua fala, fez questão de dizer que os eleitores devem evitar “tranqueiras” em 2026.
Conforme o Estadão, o discurso revela a obsessão do petismo em manter vivo um inimigo para justificar seus próprios tropeços. Com isso, Lula constrói a narrativa de que sua liderança é essencial, não por competência, mas pela simples negação de alternativas.
Revista Oeste
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