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Evangélicos na Marcha para Jesus consideram mudanças climáticas resultado da ação humana, revela pesquisa






Uma pesquisa do Instituto de Estudos da Religião (Iser) mostra que a maioria dos evangélicos que frequentam a Marcha para Jesus acredita que as mudanças climáticas são causadas pela ação humana e defende que suas igrejas abordem o tema. O levantamento, realizado entre junho e dezembro de 2023 nas Marchas para Jesus em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, contou com 673 entrevistas.

O estudo “Cristianismos e Narrativas Climáticas” analisou como católicos e evangélicos interpretam discussões sobre o meio ambiente e mudanças climáticas. Utilizando metodologias quantitativas e qualitativas, a pesquisa incluiu entrevistas em ruas e ambientes digitais, além de analisar o uso de mídias digitais por grupos religiosos.

A antropóloga Jacqueline Teixeira, da Universidade de Brasília (UnB), coordenadora do estudo, destaca que os resultados ajudam a redefinir estereótipos sobre os evangélicos. Segundo ela, os entrevistados demonstram preocupação com a qualificação das informações climáticas que recebem e rejeitam fake news, como a negação do aquecimento global.

Os entrevistados, com alto engajamento religioso, mostram interesse em entender as questões climáticas e não associam o tema a alinhamentos políticos. Eles acreditam na responsabilidade humana sobre as mudanças climáticas e responsabilizam os governos pela resolução dos problemas ambientais.

No Rio de Janeiro, 61% dos entrevistados veem uma ligação entre mudanças climáticas e a noção de pecado, enquanto 4% atribuem esses eventos à ação divina. No geral, 43% acreditam que as mudanças climáticas são um reflexo do pecado humano.

A maioria dos evangélicos acredita que o Estado deve criar políticas públicas para enfrentar as mudanças climáticas, com 86% apontando o governo como principal responsável. Além disso, 37% dos entrevistados concordam que desastres ambientais estão relacionados à segunda vinda de Jesus, e 69% acreditam que as mudanças climáticas são causadas pela ação humana.

A pesquisa também avaliou a percepção sobre declarações de figuras políticas. A frase “a Amazônia não pega fogo por ser úmida”, associada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, foi rejeitada por 63% dos entrevistados. Eles também se posicionaram em defesa dos territórios indígenas contra o agronegócio, com 70% concordando que “nenhum fazendeiro tem o direito de invadir terra indígena.”

Por fim, 59% dos entrevistados afirmaram que suas igrejas não possuem atividades voltadas ao tema ambiental, mas consideram importante que a igreja aborde a questão. Mais da metade (68%) tem acesso a notícias sobre o meio ambiente, principalmente pela internet e sites de notícias (49%).

Redação Exibir Gospel

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