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Conselho Federal de Medicina proíbe procedimento pré-aborto após 22 semanas





A resolução beneficia a saúde das mães e seus bebês. (Foto: Reprodução/Unsplash/freestocks)


O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou na última quarta-feira (3) uma resolução que proíbe a realização de um procedimento chamado assistolia fetal — que causa a morte de bebês no ventre materno com o uso do cloreto de potássio aplicado no coração — para a realização de abortos.

A resolução nº 2.378/24 foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) e aprovada no dia 21 de março.

“Aprovada nossa resolução que, com orgulho, fui relator no CFM, que proíbe assistolia fetal, matando bebê inclusive com nove meses com cloreto de potássio no coração. O CFM defende a vida”, disse Raphael Câmara, relator da resolução do CFM, à Gazeta do Povo.

Câmara é ex-secretário da Saúde Primária do Ministério da Saúde da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A resolução ressalta artigos da Constituição Federal, do Código Penal e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que reforçam o “direito inviolável à vida e que ninguém será submetido a tratamento desumano ou degradante”.

Nela, também é citado trecho da Convenção Americana de Direitos Humanos, que diz: ”Pessoa é todo ser humano, e toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida, direito esse que deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente”.

O artigo 1º da resolução prevê que: “É vedado ao médico a realização do procedimento de assistolia fetal, ato médico que ocasiona o feticídio, previamente aos procedimentos de interrupção da gravidez nos casos de aborto previsto em lei, ou seja, feto oriundo de estupro, quando houver probabilidade de sobrevida do feto em idade gestacional acima de 22 semanas”.

A decisão do CFM surge depois que o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica que autorizava o aborto em caso de estupro até nove meses, com a possibilidade da realização da assistolia fetal. Após críticas à medida, a nota foi revogada.

O aborto é crime no Brasil. Porém, em casos de gravidez decorrente de estupro, risco de morte da mãe, ou quando o bebê é diagnosticado com anencefalia, o procedimento não é punido.

Explicação médica

Patti Giebink, médica obstetra americana, que realizava abortos e se arrependeu, explicou como é o procedimento de aborto quando o feto tem a partir de seis meses, em um vídeo publicado pela ONG pró-vida Live Action.

Segundo a médica, tudo começa com um medicamento que causa a degeneração do revestimento do útero, privando o feto de nutrientes vitais e oxigênio.

Depois, a criança recebe a injeção de uma droga, que é usada para tratar problemas cardíacos, mas que em doses mais altas causa a parada cardíaca fetal.

“Uma agulha longa é inserida através do abdômen ou da vagina da mulher. Para que a droga seja mais eficaz, o médico também pode injetar a digoxina diretamente no feto, visando o corpo, coração, ou veia umbilical. O cloreto de potássio também pode ser usado para induzir a morte fetal mais imediatamente”, relatou Patti.

Após a injeção da droga, o feto geralmente morre dentro de 24 horas. A morte é normalmente confirmada por ultrassom antes do início do procedimento.

No segundo dia, a médica contou que a mulher recebe misoprostol por via oral ou vaginal, para que entre em trabalho de parto. Quando o feto e a placenta são expelidos, e o sangramento está sob controle, o aborto é considerado finalizado.

Pró-vida

Parlamentares pró-vida no Congresso Nacional comemoram a publicação da resolução do CFM.

“Dia histórico para a defesa da vida: Publicada hoje no Diário Oficial da União a Resolução 2378/24, que PROÍBE matar bebês acima de 22 semanas de gestação por meio da aplicação de cloreto de sódio no coração (assistolia fetal). Parabéns ao CFM por defender a vida!”, escreveu o deputado Diego Garcia.

A senadora Damares Alves celebrou a iniciativa em discurso no plenário:

“Temos que celebrar a resolução do CFM. Quem me acompanha sabe da minha luta contra o aborto. E diante de um cenário em que temos um governo empenhado na liberação geral da morte de bebês no ventre das mães temos que celebrar cada vitória como essa”.

Damares informou que liderou "um grupo de parlamentares que foi até o CFM para manifestar apoio a Resolução".

"Já sabíamos que o CFM ia discutir o tema em assembleia", afirmou ela.

Para o senador Eduardo Girão, que também participou da reunião com o CFM sobre a resolução, a resolução é uma "vitória da vida".

"Uma decisão pelas duas vidas de mães e filhos — que expressa a responsabilidade do CFM em seguir a ciência como instrumento que avança diariamente, em favor da vida desde a concepção e pela saúde mental, já que as sequelas psicológicas do aborto são incontestáveis", disse o parlamentar.

Guia-me

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