O candidato do PT à presidência da república disponibilizou em seu site oficial uma carta dirigida ao povo evangélico. O texto menciona, dentre outras coisas, que Lula é a favor da família, pessoalmente contra o aborto e que não irá fechar igrejas ou regovar “conquistas”, como a Marcha para Jesus. Na opinião do teólogo Yago Martins, a carta “afasta ainda mais os cristãos”.
Yago, por meio de um vídeo postado em seu canal no YouTube “Dois Dedos de Teologia”, avaliou o conteúdo da carta e concluiu que as questões ali levantadas estão muito distantes de ser as reais preocupações do povo cristão em relação a um possível governo do petista. O pastor menciona que a maioria dos evangélicos, com exceção de alguns influenciados por movimentos mais radicais, não estão preocupados com a regovogação da Marcha para Jesus ou com a possibilidade das igrejas serem de fato fechadas, já que esse é um direito estabelecido pela constituição. As reais inquietações estão relacionadas a censura e perseguição religiosa, onde o direito de culto não é abolido, mas sim, o direto de se pregar sobre as verdades de nossa fé.
Leia também: O aumento alarmante da perseguição contra cristãos
No post são citados episódios como o do Pastor Jorge Linhares, que recebeu intimação do Ministério Público por postagem se opondo à ideologia de gênero, e da cantora Ana Paula Valadão, acionada na justiça por declarações consideradas “discursso de ódio contra homossexuais”. Além disso, há casos de universitários que precisam excluir suas redes socias por conter conteúdo cristão, por medo de sofrer perseguição por parte de professores responsáveis por aprovar suas teses de conclusão de curso, e ainda pessoas em fase final de concurso público, que precisam criar “perfis fakes” para não serem reprovados.
No documento, o candidato ainda declara que é “pessoalmente contra o aborto” e a favor da “liberdade das famílias” em relação à educação das crianças. Contudo, a bancada do PT rejeitou majoritariamente a pauta do homeschooling, e Lula já declarou em vídeo que considera o aborto uma questão de saúde pública que precisa ser tratada pelo governo, mostrando que há incoerências em seu discurso.
O fato é que a Igreja Cristã está sofrendo constrangimentos e perseguição por conta de seu posicionamento baseado na Bíblia. Liberdade religiosa é poder emitir seu ponto de vista sem ser coibido e correr risco de responder a processos. A garantia dessa liberdade é a principal “conquista” que o povo cristão deseja. Essa é a fala que gostaríamos de ouvir de um candidato para que ponderemos, somado a todo resto do contexto, a respeito de nosso voto. Dessa forma, a carta falha em alcançar as principais demandas dos evangélicos, e não cumpre o papel de mudar a opinião desse grupo a respeito do candidato da esquerda.
JM Notícias
0 Comentários