“Sim, a minha intenção é sair do Pros e ir para o PSL, que será o novo partido União Brasil”. Essa foi a declaração da deputada federal Carla Dickson (Pros), sinalizando que, até a segunda semana de fevereiro do próximo ano, irá assinar ficha no novo partido, fruto da fusão entre o PSL e DEM. Ela afirmou que “aguarda abrir a janela partidária em março de 2022”, para oficializar sua ida para o União Brasil, que no Rio Grande do Norte, será comandado pelo ex-senador José Agripino Maia.
Em entrevista exclusiva ao jornal AGORA RN, nesta segunda-feira 20, a deputada federal explicou que já encaminhou carta de anuência partidária à direção nacional do Partido Republicano da Ordem Social, solicitando a sua desfiliação da legenda, explicou que, “não posso aguardar até a fusão, porque hoje o PSL praticamente insiste”.
Atualmente, o PSL é coordenado no Estado pelo grupo político ligado à Carla Dickson, que no último dia 8 de novembro assumiu o comando do diretório estadual da legenda. A deputada federal enfatizou que a sua mudança de partido é apenas por questões ideológicas, “não tenho como subir em palanque de esquerda na campanha de 2022”, afirmou.
“Eu sou vice-líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara Federal. E o Pros é oposição (ao presidente Bolsonaro) no Senado. Não dá para eu ficar”. E continuou, “por exemplo, o Pros no Rio Grande do Norte é de esquerda. Já no Ceará, é de direita. Eu não vou subir em palanque de esquerda”, disse.
Segundo Carla Dickson, “era para a gente ter assumido o grupo, mas agora eu não posso por causa da janela eleitoral, desde junho, aí aconteceram algumas coisas e veio a fusão”. E destacou, “tivemos que esperar todo esse processo e as conversas. A fusão vai acontecer até a segunda semana de fevereiro, isso já está marcado. Pelo menos foi o que me falaram”, pontuou.
A deputada falou ainda que, “nas conversas com quem faz o PSL, a primeira pergunta que faz é: ‘qual é a chance de apoiar, subir em um palanque de esquerda?’ Eu sempre começo a conversa dessa forma”, deixando claro que não existe possibilidade de apoiar a reeleição da governadora Fátima Bezerra (PT).
Reeleição na Câmara
Questionada sobre a possibilidade de concorrer a cadeira do governo do Rio Grande do Norte, a parlamentar destacou, “não tenho interesse em pleitear a cadeira do governo. Meu foco está na minha pré-candidatura à reeleição para deputada federal”, afirmou Carla, que revelou detalhes sobre as negociações para a troca partidária.
“Nós tivemos uma conversa muito franca, muito boa. Eu não tenho nada contra o Pros. É um partido que tudo o que me prometeu, cumpriu. Conversei, inclusive, com o presidente nacional do partido (Eurípedes Gomes de Macedo Júnior)”, destacou Carla.
Território marcado
Enquanto a fusão PSL-DEM, para criação do União Brasil, aguarda os trâmites enquadrados na legislação eleitoral para, de fato, se tornar partido, o grupo político da deputada federal já demarcou território nos diretórios nacional e estadual da nova sigla.
O ex-senador José Agripino Maia (DEM) disse, em entrevista recente ao AGORA RN, que, diante da situação criada pelo PSL no RN, e questionado sobre o acerto em nível nacional que definiu o deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE) como presidente nacional da nova legenda, justamente porque o PLS teria maior bancada no Congresso Nacional, e, se caso este acerto se estenda para os Estados, o comando do União Brasil poderia passar para Carla, ele foi enfático ao informar que os acertos feitos no Estado não muda em nada.
“Conversei com a deputada Carla Dickson e ela está ciente que serei o presidente do União Brasil aqui no Estado. Este assunto já decidido”, informou. Enquanto isso, ela vem ganhando uma grande projeção em sua carreira política. Em pouco mais de um ano de mandato, conseguiu transitar com facilidade em todas as esferas políticas em Brasília e conseguiu destinar mais de R$ 20 milhões para a Saúde.
Agora RN
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