Base de Fátima diverge sobre possível aliança política com o MDB no RN
“Não existe, em nenhum lugar do Brasil, nenhuma aliança feita. O ex-presidente Lula fez uma visita ao MDB local, mas não tem nada firmado”, declarou o vice-governador Antenor Roberto (PCdoB), minimizando a possibilidade de uma aliança política entre o PT e o MDB no Rio Grande do Norte nas eleições de 2022, focando a reeleição da governadora Fátima Bezerra (PT).
Essa chapa majoritária, conforme as especulações lançadas nos últimos dias, seria composta por Fátima Bezerra governadora, Walter Alves vice-governador e Garibaldi Alves senador da República, no lugar de Jean Paul Prates (PT), que luta pela reeleição. Nesta configuração, o atual vice-governador Antenor Roberto ficaria de fora.
No entanto, como o PCdoB é aliado do PT no Estado, Antenor será o indicado de Fátima para concorrer a uma cadeira de deputado federal em 2022. Segundo o vice-governador, “a questão (aliança PT e MDB) é uma especulação surgida a partir de uma visita do ex-presidente Lula, em agosto passado”, explicou.
Para o vice-governador, havendo a possibilidade do MDB e PT se unirem para as eleições do ano que vem, esse fato não repercutiria exclusivamente sobre o PCdoB. “Isso integra os outros partidos também. O MDB é um partido que existe em todo o Brasil, em todos os estados da federação, mas nunca consegue se unificar nacionalmente. Termina fazendo caminhadas pelos estados”, concluiu Antenor Roberto.
Já o secretário-chefe do Gabinete Civil do Estado, Raimundo Alves, sinalizou positivamente sobre a formação de uma possível aliança entre o PT e o MDB no RN, “a chapa majoritária não se discute sem envolver todos os componentes do projeto, que, no nosso caso, incluem outros partidos que estamos conversando, como MDB, por exemplo”, afirmou.
De acordo com Raimundo, o PT, além de dialogar com o MDB, está conversando com outras legendas que poderão ajudar na reeleição de Fátima Bezerra, “a união das forças democráticas e antibolsonaristas é o que o momento exige de todos nós. PT, PCdoB, PSOL, Rede, PV e PDT, entre outros, são partidos construídos na mesma base social e o fascismo instalado no país exige a união que for possível ser construída”, destacou.
Já a deputada federal, Natália Bonavides (PT), é firmemente contra uma aliança entre o Partido dos Trabalhadores e o MDB para as eleições de 2022 no Rio Grande do Norte. “Não seria uma aliança eleitoral acertada”, destacou.
A deputada explicou que, “existe uma divergência programática muito ampla. Se formos observar a própria posição do MDB no Congresso, muitas vezes (o partido) tem sido base de apoio dessa agenda bolsonarista. Além disso, aqui no Estado, as oligarquias, por muito tempo, governaram o Rio Grande do Norte e foram as responsáveis por fazer o Estado chegar às condições em que este chegou. Eu acredito que não seria positivo”, enfatizou.
Visita de Lula deu início às divergências
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Natal no mês de agosto, quando jantou com a cúpula do MDB no RN, comandada pelo ex-senador Garibaldi Alves e seu filho, o deputado federal Walter Alves, visando formar uma aliança política nas eleições de 2022, na busca pela reeleição de Fátima. Na chapa, Walter Alves seria o vice-governador e Garibaldi Alves iria para o Senado Federal.
Em entrevista recente ao jornal AGORA RN, o ex-presidente Lula explicou que deseja formar uma aliança com os emedebistas no Estado, “claro que quero e desejo que o MDB fique com o PT, que ajude Fátima. Eu estou fazendo essas articulações em todo o Nordeste. Já está praticamente certo que o MDB vai fechar conosco no Nordeste inteiro e desejo que, aqui no Rio Grande do Norte, isso também aconteça”, enfatizou, na ocasião.
Não é a primeira vez que o deputado federal tem o nome ligado à Fátima na formação de uma chapa. Em 2008, na candidatura de Fátima à prefeitura de Natal, Walter Alves teve o nome sondado para ser vice-prefeito. Entretanto, não teria aceitado o convite. Mas, dessa vez, seria o próprio pai, Garibaldi, quem teria sugerido o filho como opção para a governadora Fátima Bezerra.
Agora RN
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