Ao mandar os discípulos proclamarem o evangelho em todas as partes do mundo, Jesus Cristo não fez distinção de pessoas, condição ou lugares. O evangelho de Cristo é para todos, como está escrito: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá”. É com base nisso que um trabalho evangelístico têm feito a diferença na vida de transexuais e travestis nas ruas de Belo Horizonte.
Se trata do Ministério RP2, liderado pelo pastor Felipe Abreu, junto com Márcia Elisa e Luana Falkaniere. Eles possuem como público alvo do evangelismo os travestis que se prostituem na rua Pedro Segundo, uma famosa avenida de Belo Horizonte. Daí o nome “Redenção Pedro Segundo” (RP2).
“O Ministério RP2 surgiu há cinco anos e é um trabalho de evangelismo de rua, de missões urbanas, que iniciou com o Rafael Brandão. Ele era um funcionário aqui da Terceira Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte e hoje está no Canadá com a família. Este trabalho iniciou com ele”, disse Felipe, segundo informações do portal Guiame.
A maioria das igrejas não sabem lidar com transexuais e travestis, afirma o pastor
O pastor Felipe destacou a falta de experiência das igrejas em saber lidar com esse público, alegando que essa é uma das grandes dificuldades no ato de evangelizar. Em parte, tal realidade se deve ao fato de muitas igrejas ainda terem como prática um evangelismo mais tradicional, focado em eventos, cultos, reunião nos lares, mas não nas ruas e no “confronto” direto com pessoas de todos os públicos:
“O trabalho nada mais é que evangelizar, desenvolver e trazer para elas a Palavra de Deus de uma forma que elas possam sentir a paz para poder sair da vida que estão envolvidas. Hoje nós temos um grande problema, porque a grande maioria das igrejas não sabe lidar com isso”, disse o pastor.
“As igrejas não estão preparadas. Se chega um transexual na igreja, um travesti, a igreja até tenta ser acolhedora, mas nem sempre consegue. Isso acaba fazendo com que elas venham a sair da igreja e quando a gente vai ver a história, a grande maioria das pessoas que a gente trabalha na Pedro Segundo já passou por lar evangélico”, completa.
Testemunho de ex-transexual e a necessidade de acolhimento da igreja
O pastor Felipe disse que muitos travestis e transexuais já passaram por lares e igrejas cristãs, mas que pela falta de habilidade em saber lidar com os conflitos de ordem sexual, emocional e psicológica pelos quais esse público passa, muitas igrejas e mesmo os familiares acabam não conseguindo lidar de forma positiva para o acolhimento dessas pessoas.
“E em um certo momento da vida não conseguiram lidar com essa situação ou a própria igreja também não soube lidar de maneira que isso acabou fazendo com que muitos fossem para rua para poder se prostituírem”, alertou o pastor.
Apesar das dificuldades, no entanto, o trabalho evangelístico produz frutos e para isso basta que o amor de Deus, a sua graça e misericórdia sejam anunciados de forma acolhedora, visto que todos podem ser transformados radicalmente pelo poder do Espírito Santo:
“Hoje nós temos um irmão que recebeu nosso trabalho. Deus tocou o coração dele e ele largou a vida na Pedro Segundo. Ele arrancou as cirurgias que havia feito, de silicone. Ele está caminhando na igreja faz uns dois anos. Então, Deus mudou a vida dele literalmente. Largou essa vida de prostituição nas noites e acabou sendo transformado”, disse o pastor.
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