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Fiscal do Conselho de Psicologia passa vergonha ao confrontar Marisa Lobo em seminário sobre ideologia de gênero

A militância ideológica de alguns indivíduos nos Conselhos de Psicologia está chegando ao cúmulo do absurdo. Dessa vez, a Psicóloga Marisa Lobo foi confrontada por um fiscal durante apresentação em um seminário sobre ideologia de gênero, mas o resultado não foi nada agradável para ele.

O caso lamentável ocorreu no último dia 12, no Rio de Janeiro, no seminário que uniu católicos e evangélicos sobre o tema: “Gênero: aspectos educacionais, históricos e jurídicos”, com a presença do Professor Felipe Nery, da Universidade Católica S. Toribio de Mogroveja, no Perú, o juiz de direito Daniel Serpentino e o Psiquiatra Italo Marsili, além da Psicóloga especialista em Saúde Mental e Direitos Humanos, Marisa Lobo, entre outros.



Em certa ocasião, um homem se levantou da planeia para questionar a Psicóloga Marisa Lobo, insinuando que ela estaria falando em nome da chamada “Psicologia Cristã”. O sujeito que segundo a Psicóloga é fiscal de um dos Conselhos de Psicologia (Conselheiro), disse que “Psicologia cristã não existe”, incitando os presentes para denunciarem ao Conselho Regional de Psicologia do Paraná a Psicóloga Marisa Lobo.

A Psicóloga respondeu de forma taxativa e clara, dizendo que em nenhum momento se referiu à “Psicologia Cristã” e que não se apresenta como uma “Psicóloga Cristã”:

“A sua comunicação é ardilosa”, disse Marisa. “Você está dizendo que eu disse que sou Psicóloga cristã. Sou Psicóloga – e – cristã, direito constitucional, Art. 5º,  18 dos Direitos Humanos. E você está me constrangendo, sou eu que vou processar você”, acrescentou ela. Assista:



O representante do Conselho de Psicologia além de falar mentiras, denunciou a si mesmo e poderá ser processado. Vamos aos fatos?
Se você é militante de algum Conselho de Psicologia (que acredita falar em nome da “ciência”), peço que coloque sua paixões ideológicas de lado por alguns minutos e incorpore o verdadeiro raciocínio científico. Talvez você apenas imagine, mas na prática não saiba o que isto significa, então antes de mais nada leia esse texto: “Aparelhamento Ideológico na Psicologia – Do pensamento científico ao sindicalismo”
Considerando que você leu o texto acima na – íntegra – e entende a diferença entre ideologia e ciência, autarquia e sindicatos, vamos agora tentar apresentar algumas razões pelas quais o dito “conselheiro” falou bobagens em público.
Ele começou errando ao dizer que “Psicologia Cristã” não existe. Ora, existe, sim! Já falamos sobre isso, por exemplo, no texto onde “Marisa Lobo esclareceu mentiras sobre cassação do seu registro”, mas dessa vez daremos mais detalhes com o recorte de um texto escrito originalmente para o portal Gospel Mais, mas de autoria desse que vos escreve. Acompanhe:
A Psicologia Cristã fora do Brasil
A Psicologia Cristã não é novidade fora do Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, de onde grande parte das orientações científicas são exportadas para o mundo inteiro, a Psicologia Cristã é reconhecida pela Associação Americana de Psicologia (equivalente ao CFP aqui do Brasil), a maior entidade científica dos profissionais de Psicologia naquele país.
Lá, por exemplo, existem cursos de graduação e pós graduação em Psicologia Cristã, em nível de mestrado e doutorado, sendo o aconselhamento psicológico cristão uma abordagem terapêutica como as demais especialidades em Psicologia. Uma simples consulta ao rol de membros do conselho da Associação de Psicologia Cristã americana nos dá uma ideia do imenso corpo teórico a que essa área está associada.
Para Eric L. Johnson, fundador da Sociedade para a Psicologia Cristã nos EUA, “Nos últimos 30 anos, a religião e a espiritualidade começaram a ganhar espaço no campo da psicologia por causa dos seus benefícios mentais. Existem estudos que mostram que pessoas religiosas sofrem menos de problemas como o estresse”, disse ele em uma matéria publicada pelo G1.
No entanto, o surgimento da Psicologia Cristã pode ser ainda mais antigo se associada à figuras como o Dr. GC Dilsaver, considerado o grande pioneiro, e Dr. Clyde M. Narramore, fundador da Escola Rosemead de Psicologia em 1970, atual Universidade Biola, uma das mais prestigiadas dos Estados Unidos.
A Psicologia Cristã no Brasil
Tendo desmontado a falácia do dito “Conselheiro” ao dizer que Psicologia Cristã não existe, visto que o conhecimento científico não possui restrição geográfica, nos resta entender como esse termo se apresenta no Brasil.

Ora, a “Psicologia Cristã” no Brasil não está associada a um tipo de abordagem terapêutica, como é nos Estados Unidos, porque aqui não é reconhecida como uma área da Psicologia. Ou seja, Psicologia Cristã existe, sim, como abordagem terapêutica cientificamente reconhecida em outros países, mas não no Brasil, o país mais cristão do mundo (risos).
No entanto, aqui esse termo é utilizado como identificação profissional. Isto é, como um profissional pode ser reconhecido publicamente, não pelo seu exercício profissional, mas por sua declaração de fé. O mesmo é válido para qualquer outro segmento religioso.
A Psicóloga cristã Marisa Lobo e Andréia Coliath são exemplos disso. No entanto, no caso de Marisa, devido sua influência social através das mídias e da política, em suas redes sociais e site profissional, a divulgação do nome “Psicóloga – e – Cristã” tem gerado divergências com o Conselho Regional e Federal de Psicologia, que já tentaram lhe cassar o registro profissional sob acusação de misturar fé com ciência.
Isso é nada mais do que uma tentativa de cercear o direito do profissional de expressar a sua declaração de fé, visto que o nome pelo qual um profissional é conhecido, seja “Psicólogo(a) Cristão” ou “Psicólogo(a) – e – Cristão” não diz respeito à sua abordagem profissional, ao seu exercício, mas apenas a maneira como é conhecido(a) publicamente.
Em outras palavras, ao tentar proibir que o termo “Cristão” esteja associado ao título de “Psicólogo” em documentos – não oficiais – do próprio profissional (carteira profissional, recibos, carimbos, laudos técnicos, parecer, diagnósticos, etc.) como banners, sites, manchetes jornalísticas, panfletos, etc. O que os Conselhos (militantes infiltrados neles) fazem é tentar impedir que o profissional seja reconhecido publicamente, também, por sua declaração de fé, o que é inconstitucional (Art. 5º: VI, VIII, IX).
Psicologia e Religião no Brasil
Talvez, uma das mais notórias autoridades no campo do que pode ser chamado “Psicologia Cristã” no Brasil ou, no mínimo, do estudo entre Psicologia e religião, é o Dr. Merval Rosa, falecido em maio de 2014. Ex-professor da Universidade Federal de Pernambuco e do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (STBNB). Além de Mestre em Teologia pelo Southern Baptist Theological Seminary, Merval Rosa teve doutoramento em Psicologia pelo Kansas State University (USA).
Autor de várias obras de referência, entre elas “Introdução à Psicologia – Uma Perspectiva Cristã” e “Psicologia Evolutiva” (vol 1-4), também escreveu “Psicologia da Religião” (2ª ed, 1979) , de onde destacamos a seguinte justificativa para esse campo de estudo:
 “…a dinâmica da experiência religiosa tem aspectos universais e pode ser estudada do ponto de vista psicológico, independentemente de qualquer ideia sectária.”
Finalmente, dentro e fora do Brasil, a religião e, em especial, o sentimento religioso, sempre tiveram uma contribuição fundamental para a construção do conhecimento científico como um todo, em quase todas as áreas. Por essa razão, segundo Marisa Lobo também para o G1, “o estudo da religião é importante para a psicologia por causa do seu conteúdo simbólico. Por esse motivo, o Brasil deveria reconhecer a psicologia cristã.”
Na Psicologia e Psicanálise, como outra corrente de estudo do comportamento humano, autores como Sigmund Fraud, Carl Gustav Jung, Erick Fromm, Carl Ransom Rogers, Viktor Emil Frankl, Wilhelm Reich e muitos outros além dos citados acima, tiveram estreita relação com a religião, de onde desenvolveram concepções e abordagens terapêuticas a partir de tais perspectivas. A logoterapia, bioenergética e a “psicologia transpessoal” são exemplos evidentes e – inquestionáveis – disso.
Se a Psicologia Cristã, portanto, ainda não é reconhecida no Brasil, certamente não é por falta de embasamento teórico, mas sim por intimidação política e ideológica de gente que utiliza o poder dos Conselhos como forma de cercear e limitar a iniciativa de profissionais comprometidos com o verdadeiro espírito científico, cuja refutabilidade e o contraditório são requisitos máximos para a evolução do conhecimento.
O seminário foi sobre ideologia de gênero e não sobre Psicologia Cristã
Entender os motivos pelo qual militantes ideológicos infiltrados nos Conselhos de Psicologia andam perseguindo ferozmente Psicólogos como Marisa Lobo desde os últimos 20 anos no Brasil, exige que você conheça a falaciosa “ideologia de gênero” associada ao ativismo político do movimento LGBT nessas autarquias.

Não tem relação alguma com a legalidade do exercício profissional, mas sim com a imposição de uma agenda ideológica. Esses militantes lutam contra a divulgação de que a ideologia de gênero não passa de uma ideologia e, portanto, não é ciência, mas uma construção teórica de base filosófica e política, que desconsidera o conhecimento científico como um todo no que diz respeito à sexualidade humana.

Se trata, sim, de lutar – contra – a afirmação que “gênero” é uma construção que pode ser modificada de acordo com às necessidades e o entendimento de cada pessoa, mas que é previamente orientado pela natureza do sexo biológico, macho e fêmea, e pela educação familiar, de forma que a incompatibilidade do “gênero” com o sexo biológico pode constituir um “transtorno da identidade de gênero”.

Os ideólogos da ideologia de gênero tentam negar essa realidade, para fazer a população acreditar que “gênero” não tem relação alguma com o sexo biológico, como se a biologia não servisse de indicativo do gênero social à ser desenvolvido e que a família, especificamente os pais, não devem orientar a identidade sexual dos seus filhos através dos signos culturalmente estabelecidos do “homem” e da “mulher”.

Portanto, tentar incriminar a Psicóloga Marisa Lobo por supostamente promover a “Psicologia Cristã” no Brasil é apenas uma desculpa para tentar enfraquecer ou mesmo silenciar a voz dessa profissional, por estar divulgando seu livro “A Ideologia de Gênero na Educação” e ganhando cada vez mais espaço nas mídias e atenção de outros profissionais.
Legalidade segundo o Código de Ética do Psicólogo contra “conselheiros militantes” infiltrados nos Conselhos de Psicologia
A atitude do Conselheiro do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, contra a Psicóloga Marisa Lobo no seminário sobre ideologia de gênero, é passível de processo disciplinar e os motivos são evidentes. Segundo o Código de Processamento Disciplinar do Psicólogo, “Das Disposições Gerais”, Art. 1:

“As faltas disciplinares e infrações ao Código de Ética praticadas por psicólogos, no exercício profissional ou no cargo de Conselheiro, serão apuradas em todo território nacional, pelos Conselhos de Psicologia, nos termos do presente Código.”
Isto significa de início duas coisas fundamentais: 01 – A apuração das faltas disciplinares diz respeito ao exercício profissional; 02 – Ela se aplica a todos os psicólogos, incluindo os Conselheiros.Isto posto, partamos para o Art. 23, inciso 1º, como está escrito:
“O parecer da Comissão de Ética conterá a síntese dos fatos e as razões do parecer, devendo,  no  caso de  instauração  de  processo,  haver a  indicação  dos  artigos  do Código  de  Ética  Profissional,  das resoluções  ou  da legislação  específica,  que teriam sido infringidos.”

A afirmação acima diz que para que uma acusação de infração e falta disciplinar de um Psicólogo seja feita e aceito por alguma Comissão de Ética aos Conselhos Regionais de Psicologia, é obrigatória a indicação de quais artigos e/ou resoluções e que infrações o profissional teria violado. Isto significa que se alguém acusar, indevidamente, um Psicólogo(a) de alguma infração, mas não tiver como provar tal acusação com base em algum dispositivo legal, essa acusação é falsa.

Esclarecido isso, é fácil concluir que se uma acusação é improcedente, a pessoa que acusa expõe o acusado ao constrangimento, difamação e possivelmente calúnia, certo? É por essa razão, também, que o Código de Ética profissional do Psicólogo, no item “Das Responsabilidades do Psicólogo”, Art. 1, letra “j”, afirma que os Psicólogos têm o dever de:

“Ter para com o trabalho dos psicólogos e de outros profissionais, respeito, consideração e solidariedade, e, quando solicitado, colaborar com estes, salvo impedimento por motivo relevante.”

Agora observe a pérola:

Segundo a Psicóloga Marisa Lobo, o homem que lhe acusou publicamente, interrompendo o seminário para dizer que ela fala em nome da “Psicologia Cristã” e incitando os participantes a fazerem denúncias contra a Psicóloga, se apresentou como “Conselheiro” do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (risos). Pasmem!

Ao que parece, então, ele invocou a natureza do seu cargo e, portanto, do seu – exercício profissional – para acusar a Psicóloga Marisa Lobo do que ela não fez, lhe expondo ao constrangimento. Pergunto: quem violou o Código de Ética, afinal?

Não houve, segundo Marisa Lobo, qualquer referência no seminário ao nome “Psicologia Cristã”, e mesmo que tivesse ocorrido, se tais militantes soubessem o que realmente significa discussão científica, saberiam que não haveria problema algum, visto que não seria uma abordagem profissional, mas sim uma discussão acadêmica.

Finalmente, Marisa Lobo possui margem legal para denunciar e processar o ativista do Conselho que tentou lhe intimidar publicamente, visto que o mesmo faltou com respeito e consideração, não apenas com ela, mas com todos os participantes do Seminário e outros profissionais da banca presentes no evento.

Diferente dele, que não pode apontar quais dispositivos legais a Psicóloga teria infringido no evento, ela e qualquer participante do Seminário presente na ocasião podem fazer a denúncia contra esse Conselheiro com base no artigo descrito acima.

O grande problema é: se esse Conselheiro, que deveria fiscalizar a legalidade do – exercício profissional – de Psicólogo não respeita o próprio Código de Ética quando ele mesmo está exercendo seu trabalho, será que o Conselho Regional do Rio de Janeiro cumprirá seu dever – autárquico – de forma suficiente para julgar o caso com imparcialidade?

Fonte: Opiniãocritica

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