“A discussão sobre calvinismo e arminianismo faz parte da atual agenda pentecostal assembleiana, e isso acontece em razão da influência da teologia reformada no contexto pentecostal assembleiano brasileiro. O grave, como já escrevemos, é que com a falta de um posicionamento teológico denominacional mais claro e específico, os próprios órgão oficiais das Assembleias de Deus no Brasil difundem e apresentam a teologia reformada com o endosso do Conselho de doutrina da CGADB (Convenção Geral Geral Geral das Assembleias de Deus no Brasil), causando no mínimo mais confusão nas mentes imaturas e indefinidas teologicamente, que acabam por ouvir um discurso oficial que não é coerente com as publicações oficiais”. O alerta acima é de autoria do pastor Altair Germano e foi publicado em seu blog em abril de 2015. (Veja aqui).
E a preocupação do pastor não se limitava somente ao caso da publicação acima pela Casa Publicadora que era sobre o Dicionário Bíblico Wycliffe, publicado pela CPAD com sua 1ª Edição em 2006, mas também incluía outros casos.
Pastor Altair Germano, que atualmente
é missionário na Itália e supervisor de missões na Europa pela IEADALPE,
deixou claro em um destes artigos publicado em 2015 que sua postura não
se trata de “jihad confessional ou denominacional“, mas que “a grande
questão que levanta é a falta de coerência denominacional e teológica
de parte da liderança assembleiana brasileira, e um certo silêncio, que
pode ser sinal de aprovação, conivência, ignorância sobre o assunto, ou
ainda o receio da perda de algum privilégio institucional“.
Caso Augustus Nicodemus
Com o caso da semana passada envolvendo
uma palestra, que foi cancelada, na megastore da CPAD no Rio de
Janeiro, que contaria com a presença do pastor presbiteriano Augustus
Nicodemus, o pastor Altair viu suas preocupações reforçadas. O
missionário foi um dos principais críticos a atitude da Casa Publicadora
em abrir as portas para um dos maiores nomes da teologia reformada no
país.
“Se não tomarem uma providência
junto a CPAD, teremos em breve calvinistas comentando lição bíblica
sobre a doutrina da salvação. Aguardo ainda o posicionamento da Mesa
Diretora da CGADB, e dos conselhos de doutrina e apologética sobre este
caso público. Mantenho minha indignação, e lamento pelo silêncio
conveniente de muitos”, disse Germano em sua página no Facebook dias antes do evento ter sido cancelado após a pressão de pastores.
Alerta Geral
Nesta sexta, 22, pastor Altair publicou uma nota de alerta destinada a “líderes, membros e congregados das Assembleias de Deus no Brasil“, disse.
Germano, na nota, critica a editora assembleiana que segundo ele, “agora,
além dos livros de outras editoras, abre também as portas de suas lojas
para autores com convicções teológicas e doutrinárias conflitantes com
as da denominação” e diz ainda que a CPAD faz isso usando o “argumento de ampliar sua atual “vocação”, e priorizando o aspecto comercial em detrimento do confessional“.
Altair frisa ainda que “não poderia
deixar de fazer este alerta, pois sabemos que muitos assembleianos
estão expostos ao risco de absolver por meio da editora oficial e de
suas lojas, ensinos que não se sustentam à luz das Sagradas Escrituras“.
Confira a nota na íntegra:
Um Alerta para Líderes, Membros e Congregados das Assembleias de Deus no Brasil
Já há
algum tempo a CPAD, editora oficial da denominação, vem se afastando de
sua missão confessional de contribuir com material inteiramente
confiável para promover e preservar a sã doutrina. Em alguns dos livros
que trazem o seu selo editorial encontramos autores e conteúdos com
teologias que não são compatíveis com aquilo que cremos e que herdamos
historicamente dos nossos pioneiros.
Durante os
dez anos em que ocupei o cargo de Superintendente Geral das Escolas
Bíblicas dominicais na Assembleia de Deus em Abreu e Lima-PE, detectei
inúmeras vezes contradições doutrinárias e outros erros nas Lições
Bíblicas, onde tive que alertar dirigentes e professores, e em algumas
ocasiões comunicando também ao setor responsável da Casa os fatos, sem
que uma só vez uma errata fosse publicada em seus periódicos nos casos
que informei. Atualmente os mesmos erros e falhas continuam.
Sob o
argumento de ampliar sua atual “vocação”, e priorizando o aspecto
comercial em detrimento do confessional, a CPAD agora, além dos livros
de outras editoras, abre também as portas de suas lojas para autores com
convicções teológicas e doutrinárias conflitantes com as da
denominação, como o calvinismo, o universalismo e outras.
Diante
dos fatos, enquanto não sabemos que decisão será tomada no âmbito
interno da instituição, fica aqui o alerta para que os líderes, membros e
congregados das Assembleias de Deus no Brasil examinem com bastante
cuidado o material publicado pela própria CPAD (livros e lições
bíblicas), e o exposto em suas lojas oriundos de outras editoras.
Respeitarei
qualquer que seja a decisão interna quanto aos rumos da Casa, mas não
poderia deixar de fazer este alerta, pois sabemos que muitos
assembleianos estão expostos ao risco de absolver por meio da editora
oficial e de suas lojas, ensinos que não se sustentam à luz das Sagradas
Escrituras.
Oremos por aqueles que fazem a nossa CPAD, e continuemos a ensinar a sã doutrina ao rebanho que o Senhor nos confiou.
Pr. Altair Germano
Itália, 22/07/2016
Itália, 22/07/2016
1 Comentários
A pergunta que não quer calar, é: Estamos nós assembleiano realmente ensinando a Sã Doutrina? A minha preocupação é porque muitos de nós estão pensando que são donos das verdades bíblicas. Ora, por que que Augustus Nicodemus não pode ministrar uma palestra nas dependências da CPAD? Qual o medo? Ou será que a teologia que defendemos é única correta? É realmente preocupante a situação da Assembleia de Deus no Brasil!
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