``Não podemos nos envolver apenas em `adoração a Deus´, sem realmente ajudar as pessoas necessitadas ´´, disse o reverendo Dimitris Boukis, presidente da Igreja Evangélica da Grécia
As igrejas devem formar uma frente unida em resposta à crise de refugiados, liderando por seu exemplo, em vez de se esconder atrás políticos, segundo o chefe da Igreja Evangélica da Grécia.
"Não podemos nos envolver apenas em
'adoração a Deus', sem realmente ajudar as pessoas necessitadas", disse o
reverendo Dimitris Boukis ao site oikoumene.org.
"Cristo faz exatamente a mesma coisa para nós: nós somos os únicos perdidos, mas Ele vem e nos salva".
Como cristãos, o ato de servir aos
refugiados não deve ser colocado simplesmente um lugar de piedade, mas
sim considerando que "eles precisam ser tratados como iguais", porque
eles são "irmãos e irmãs criados pelo mesmo Deus", disse ele.
A igreja, que tem 35 congregações em toda a Grécia continental, tem servido aos refugiados há 20 anos.
Atualmente, a denominação alimenta cerca
de 5 mil pessoas, dois dias por semana e traz médicos, roupas e sapatos
para o campo de refugiados, em Idomeni.
"As pessoas doam seu seu tempo, seu
dinheiro, seu esforço, levam comida e viajam 60, 80, 100 km somente para
oferecê estas coisas para as pessoas", disse Boukis.
Proatividade
Ele disse que as igrejas "não devem se esconder atrás dos políticos", em vez "dar o exemplo", como cuidar dos refugiados.
"Há alguns países europeus que não são
exatamente acolhedores com os refugiados. A igreja precisa dizer-lhes o
quão importante é hospedar essas pessoas. Manter-se em silêncio não é
bom. Acho que devemos falar em voz alta sobre a dignidade e igualdade
humana, especialmente como cristãos, se cremos que todos os seres
humanos foram criados pelo mesmo Deus. Eu acredito que há pessoas que já
têm em seu coração, a disposição para ajudar o próximo. Eu acho que as
igrejas precisam incentivar isso", destacou.
Boukis disse que é crucial reconhecer refugiados como adições valiosas para a sociedade.
"Eu vejo que alguns deles são artistas
muito talentosos, com os quais eu gosto muito de me envolver e ouvir
mais. Eu acredito que onde quer que estejam, eles vão enriquecer a
sociedade", disse o pastor.
A Grécia sempre teve imigrantes passando por suas fronteiras, mas os números no último ano foram "esmagadores".
Idomeni, por exemplo, já fora uma pequena aldeia: "Talvez algumas centenas de pessoas viviam lá", disse Boukis.
"O campo de refugiados real hospeda 12.000
a 14.000 refugiados. Isso é uma cidade média na Grécia. Isso muda
completamente a dinâmica da sociedade".
Ele disse que muitos dos refugiados não
são migrantes econômicos. "Eles eram pessoas que amavam o seu país e que
não querem deixá-lo. Eles tinham bons empregos. Alguns deles tinham
empresas, alguns eram professores, outros eram músicos. Você vê entre
eles, pessoas que falam muitas línguas, que são educados também. Então,
para eles, deixar seus países não era algo que eles queriam ou visavam
como um futuro melhor financeiramente. Eles tiveram que vir, eles não
têm qualquer outra oportunidade na vida".
Servir aos refugiados, segundo ele, foi em
última análise, uma expressão do amor de Deus. "Se nós amamos os outros
como a nós mesmos, especialmente consideramos que 'os outros' são
pessoas cuja língua e cultura não conhecemos. Mas em seus rostos vemos
irmãos e irmãs, criados pelo mesmo Deus".
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