Ao contrário dos indícios que deu no ano passado, o senador Marcelo Crivella (PRB/RJ), afirmou em seu discurso hoje na sessão que analisa o prosseguimento do processo, que é favorável ao impeachment.
Ele foi ministro da Pesca no primeiro mandato de Dilma Rousseff, de quem permanece amigo. Crivella disse acreditar que a presidente é honesta, mas admite que há indícios que ela cometeu crime de responsabilidade.
Disse que não desejava votar, mas que lhe cabia cumprir um “duro dever diante dos fatos que me impõe o povo brasileiro”.
Curiosamente, o bispo licenciado da Igreja Universal citou o padre Antônio Vieira, famoso pelos seus sermões. O recurso foi utilizado para estabelecer a diferença entre o justo e o justiceiro. “O justo castiga por imposição da justiça. O justiceiro por imposição do sadismo”, sublinhou.
Terminou dizendo que “a justiça fica entre a piedade e a crueldade. O justo se inclina à piedade e o justiceiro, à crueldade. Se esse processo deve buscar a justiça, peço a Deus que sejamos justos e não justiceiros”.
Não houve nenhuma menção ao fato de que seu partido, o PRB, tenha votado unanimemente a favor do impeachment na Câmara dos Deputados, nem que Marcos Pereira, presidente da legenda deve ser anunciado como ministro do governo de Michel Temer. Ele é cotado para assumir a pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Ainda há dúvidas, então, sobre o porquê do voto sim?
Assista ao discurso na íntegra:
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