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Cumprindo as Obrigações Diante de Deus - Ev. José Roberto A. Barbosa


Texto Áureo: Ec. 5.4 - Leitura Bíblica: Ec. 5.1-5
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
A existência humana pressupõe obrigações, ninguém está sozinho no mundo, estamos em relação com os outros. Na lição de hoje trataremos a respeito das responsabilidades que temos para conosco, os outros, e principalmente diante de Deus. Mostraremos, nesta aula, que precisamos viver bem conosco, por conseguinte, saber lidar com as necessidades dos outros, em sociedade, e por último, a importância de viver responsavelmente diante de Deus. Destacaremos, ao final, que a disposição para cumprir as responsabilidades com sabedoria é uma demonstração de maturidade na vida do ser humano.
1. OBRIGAÇÕES PESSOAIS
Uma pessoa sábia não pode pautar sua vida em futilidades, a fim de evitar esse equívoco é necessário atentar para o que de fato faz sentido. Muitas pessoas estão roubando a si mesmas, pois não investem tempo em seu futuro. Há aqueles que pensam apenas em obter riquezas, e pensam que elas lhes trarão total satisfação (Ec. 5.10). O homem moderno, que vive debaixo da égide do consumismo, se conforma com pouco, se deixa levar pelo prazer como um fim em si mesmo. O acúmulo de dinheiro é posto como a razão maior da existência, o final é sempre a frustração, pois somente em Deus o ser humano encontra satisfação (Ec. 5.11). Jesus advertiu as pessoas da Sua época sobre necessidade o perigo de pautar a vida somente nas riquezas, Ele ressaltou que a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que possui (Lc.  12.15). Paulo orienta ao jovem obreiro Timóteo para que não colocasse sua confiança na temporalidade das riquezas, lembrando que o amor do dinheiro é a raiz de todos os males (I Tm. 6.10). Evidentemente todos nós precisamos de dinheiro para viver, mas não podemos ter a ilusão de pensar que acumulá-lo é o segredo da felicidade. Geralmente as pessoas mais infelizes são justamente aquelas que têm muito dinheiro. É melhor ter dinheiro suficiente para manter-se do que ter uma fortuna e não conseguir dormir tranquilamente (Ec. 5.12). O dinheiro, como bem disse o Senhor Jesus, está atrelado a uma divindade, Mamom, que escraviza a pessoas (Mt. 6.24). Seguindo do autor de Provérbios, buscamos o equilíbrio, nem a riqueza nem a pobreza, mas a porção necessária para o sustento (Pv. 30.7-9). Mais importante do que ter muito dinheiro é desfrutar da presença de Deus em nossas vidas, e gozar das bênçãos que Ele nos providencia por meio do esforço humano (Ec. 5.18-20). O trabalho é o meio do homem e da mulher desfrutarem da prosperidade de Deus, mas sempre com temor, contando os dias diante do Senhor, a fim de encontrar coração sábio (Sl. 90.12). A maior riqueza do cristão não está no banco, mas em sua entrega ao Senhor, e de dedicar-se ao Seu Reino (Mt. 6.33).
2. OBRIGAÇÕES POLÍTICO-SOCIAIS
Estamos inseridos em uma dimensão temporal, tanto somos cidadãos do céu quanto da terra (Fp. 3.20,21). Por isso, temos obrigações não apenas no âmbito celestial, mas também no terrenal (Jo. 15.17). Nesse contexto se aplica a pergunta feita a Jesus: É lícito pagar imposto a Cesar? (Mt. 22.17). A resposta, dada pelo próprio Mestre é a de dar a César o que lhe é de direito, isso implica, para o cristão, que temos obrigações de ordem política (Mt. 22.18-21). Paulo expõe essa responsabilidade em sua Epístola aos Romanos, ressaltando a obrigação dos cristãos se portarem com respeito e em submissão às autoridades constituídas (Rm. 13.1-7), sabendo que essas também têm responsabilidades, de punir aqueles que infringem a lei (I Pe. 2.13-17). Dentre as obrigações do cristão em relação à política destacamos: 1) orar por aqueles que assumem posição de governo, para que cumpram seu dever, satisfazendo aos interesses da coletividade (I Tm. 2.1,2); 2) pagar impostos, a fim de que o governo disponha de recursos para investir nas necessidades básicas da sociedade, tais como saúde, educação e segurança (Mt. 22.21); 3) obedecer às leis, a fim de dar exemplo à sociedade a qual pertence, evitando que o evangelho seja desacreditado por meio da ilegalidade (I Pe. 2.13); e 4) honrar os governantes, não se dirigir a eles com palavras torpes, ou desrespeitosas, criticando quando necessário, com as devidas comprovações (I Pe. 2.17; Jd. 8-10). Isso porque há limite na obediência às autoridades, não há respaldo bíblico para uma subserviência cega, que não questiona valores que se opõem à vontade de Deus. Em algumas situações cabe mais obedecer a Deus do que aos homens (At. 5.29), um exemplo disso são as leis que afrouxam em relação ao divórcio (Mt. 19.6). Sempre que um governo coloca-se contra os valores cristãos, deixa de servir a Deus e torna-se um anticristo, por isso deve ser criticado, com base na palavra de Deus. Enquanto cristãos, temos a obrigação também de agir para diminuir as carências sociais, não podemos esperar apenas que os governantes resolvam todos os problemas. Aqueles que seguem a Cristo devem buscar provisão para a família (I Tm. 5.18,16), amar o próximo indistintamente (Mt. 22.29), satisfazer as necessidades dos irmãos mais pobres  (At. 4.34; 6.1; Gl. 6.10; Tg. 2.15,16; I Jo. 3.16,17). Uma igreja genuinamente cristã se compromete com causas sociais, pois percebe o ser humano em sua integralidade, não apenas o espírito, mas também o corpo (I Ts. 5.23).
3. OBRIGAÇÕES ECLESIASTICO-RELIGIOSAS
Todos os cristãos têm responsabilidades eclesiástico-religiosas, isso porque todos aqueles que frequentam a igreja são por ela responsáveis. Salomão chama a atenção dos seus ouvintes para a oferta e os sacrifícios, práticas comuns no Antigo Testamento, principalmente com animais. Na Aliança fundada em Jesus, não se faz mais necessário o sacrifício de animais, pois o sangue de Cristo cumpriu perfeitamente essa exigência religiosa (Hb. 10.1-14). Mas os cristãos de hoje devem oferecer sacrifícios espirituais, no próprio corpo (Rm. 12.1,2), contribuir financeiramente (Fp. 4.18); louvores e boas obras (Hb. 12.15,16); coração quebrantado (Sl. 51.17); e orações de fé (Sl. 141.1,2). Justamente no que tange à oração, Salomão adverte quanto a sua seriedade, a fim de que não nos apresentemos de forma descuidada diante do Senhor (Ec. 5.1,2). Ao orar, Jesus nos ensinou a não usar de vãs repetições (Mt. 6.7), por isso devemos preparar o coração para adentrar a presença do Altíssimo (Sl. 141.1,2). Os votos devem ser pagos, não para ser aceitos por Deus, mas para expressar nossa devoção a Ele (Nm. 30; Dt. 23.21-23; At. 18.18). Por outro lado, ninguém deve pensar que agrada a Deus apenas cumprindo determinas exigências religiosas, tais como faziam os fariseus (Mt. 23). Votos feitos com devoção devem ser pagos com sinceridade, não como um meio de barganhar com Deus, mas como uma expressão da nossa fé (Sl. 66.13,14). A partir dessa condição, podemos, de fato, ser adoradores encontrados por Deus, que se dobram diante dEle, em espírito e em verdade (Jo. 4.24). Essa percepção de adoração nos conduz à reverência, ao cuidado quando nos encontramos na presença de Deus (Ec. 5.1). Também à obediência, pois de nada adianta ser religioso, cumprir algumas obrigações ritualísticas e não fazer a vontade de Deus (I Sm. 15.22). É preciso também ter cuidado para não colocar Deus no mesmo patamar do homem, como fazem alguns adeptos das teologias antropocêntricas. Deus é Deus, é Criador, o homem é criação, portanto deve ser concebido diante das suas limitações temporais e espaciais (Dt. 4.15-20). O ser humano está na dimensão imanente, no tempo e no espaço, mas Deus é transcendente, é por isso que Ele é Deus, e não homem.
CONCLUSÃO
O cristão não deve viver apenas para si, ele tem obrigações em relação aos outros. Isso não quer dizer que precise ter um sentimento negativista sobre sua pessoa. O fato de ter sido aceito por Deus deve servir de motivação para o amor ao próximo, e principalmente a Deus. O equilíbrio está justamente no amor a si mesmo, ao próximo e a Deus (Mt. 22.36-38). Aqueles que amam apenas a si são egoístas, apenas ao próximo não passam de filantropistas, e apenas a Deus são fanáticos. O tripé das obrigações cristãs passa pelo crivo do amor-ágape, no sacrifício de Cristo pelos homens, modelo para os Seus discípulos em relação aos outros (Jo. 3.16; I Jo. 3.16).
BIBLIOGRAFIA

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