Antes, nesse período, havia certa facilidade de partidos, tradicionais ou alternativos, porque eles transferiam as definições para as convenções partidárias onde eram definidas as coligações e nominatas para a disputa proporcional. As negociações beneficiavam aos grandes e abasteciam os pequenos com todo tipo de mercadoria, que quase sempre aceitavam servir de “esteiras” para eleger os políticos tradicionais.
Vale ressaltar que a partir das eleições deste ano, além de proibida a coligação proporcional, outras regras impactam os pretensos candidatos às Câmaras Municipais. Uma delas é que para ser eleito, o candidato a vereador terá que ter uma votação que correspondam a 10% do quociente eleitoral. Por se exemplo, se em Mossoró quociente eleitoral for de 6.500 votos, o candidato terá que receber pelo menos 650 votos. Se não alcançar esse patamar, não será eleito mesmo que o seu partido tenha alcançado o quociente eleitoral.
A nova realidade provoca uma carreira desenfreada nos bastidores da sucessão mossoroense. Nos últimos dias, mesmo na quarentena, os vereadores e pré-candidatos estão negociando possibilidades, mas, também, enfrentando forte resistência. Os pedidos e ofertas, aquém do esperado, não batem. Todos querem garantias, algo impossível na nova realidade.
Os atuais vereadores são os mais preocupados, principalmente os que fazem parte da bancada governista e que precisam de partidos estruturados (leia-se com as chamadas “esteiras”) para renovar seus mandatos. Uns dez vereadores estão nessa situação.
Precisam trocar de partido até o fim da “janela” no sábado que vem: Ricardo de Dodoca, Manoel Bezerra, Maria das Malhas, Emilio Ferreira, Tony Cabelos, Flavinho Tácito, Rondinelli Carlos, Alex Moacir e Aline Couto. Certamente, eles optarão por dois ou três partidos onde formarão “chapões”.
Também precisam articular suas nominatas o PSDB, de Sandra Rosado, e o MDB, de Izabel Montenegro. Já o PP, do vereador Francisco Carlos, provavelmente abrirá as portas para receber um bom número de vereadores situacionistas.
Na oposição, a situação também é bem delicada. Os vereadores Alex do Frango (PMB), Petras Vinícius (DEM) e Ozaniel Mesquita (PL) estão em partidos isolados. Precisam convencer novos filiados nesse reta final. Raério Cabeça, recém-filiado ao PSD, enfrentará dificuldade com a provável saída de três vereadores: Maria das Malhas, Tony Cabelos e Emílio Ferreira. Já João Gentil (REDE) e Genilson Alves (Pros) são uma incógnita, apesar do forte trabalho de bastidores.
Situação tranquila é do vereador Gilberto Diógenes, do PT, que decidiu não ser mais candidato.
por Carlos Santos
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