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Comissão do Senado aprova projeto que exige conteúdo feminista nas escolas


Senado Federal


A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal aprovou, na quarta-feira (19), uma proposta que torna obrigatória a inclusão de conteúdos feministas nos currículos escolares do ensino fundamental e médio.

De autoria da deputada Tábata Amaral (PSB-SP), o projeto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Agora o texto segue para a Comissão de Educação onde será discutido, antes de ir ao plenário da Casa.

A discussão acontece em meio ao debate do projeto que equipara o aborto após a 22ª semana de gestação a homicídio.

O projeto sobre feminismo estabelece que o conteúdo feminista deve ser integrado a disciplinas como história, ciências, artes e cultura do Brasil e do mundo.

A proposta visa levar para as salas de aula o ponto de vista feminino, com o objetivo de “resgatar as contribuições, vivências e conquistas das mulheres nas áreas científica, social, artística, cultural, econômica e política”, conforme afirma o texto.

‘Estereótipos’


A relatora na CDH, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), destacou a importância da proposta como uma maneira de valorizar a mulher na sociedade.

“Em razão dos estereótipos existentes, há uma associação de brilhantismo e genialidade muito mais aos homens do que às mulheres”, disse.

“A existência desses estereótipos influencia a tomada de decisões de meninas a partir dos seis anos de idade, desencorajando-as de interesses em determinadas matérias, o que, como consequência, contribui para que diversas áreas e carreiras de grande reconhecimento tenham baixa representação de mulheres”, afirmou Thronicke.

A senadora também levantou o debate sobre a dificuldade de encontrar personagens femininas nos livros de história.

“Mulheres são menos de 10% dos personagens em livros de história usados em escolas públicas. Dos 859 personagens mencionados na coleção História, Sociedade & Cidadania, somente 70 são mulheres, que aparecem muito mais do que os homens em rodapés e caixas laterais, fora do eixo central da narrativa”, completou.

O projeto também institui a campanha nacional “Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História”, a ser celebrada anualmente na segunda semana de março em todas as escolas de educação básica.

“A Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História não é uma data comemorativa, mas uma verdadeira campanha que visa à implementação de ações que objetivam concretizar o princípio constitucional de igualdade entre meninas e meninos, entre mulheres e homens”, finalizou a relatora.

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