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‘Pastora do Diabo’: livro relata satanismo e abusos sexuais no caso Flordelis




O escritor e jornalista Ullisses Campbell, lançará em agosto o livro “Flordelis: A Pastora do Diabo”, um livro que contará a história da pastora, cantora, deputada federal cassada e em prisão preventiva sob acusação de ter mandado matar o marido, Anderson Carmo, em 2019, Flordelis dos Santos de Souza, 61.

As informações são da colunista Camila Brandalise, do portal UOL.

Campbell entrevistou a mãe de Flordelis, os três irmãos, alguns filhos e o atual namorado da pastora, o produtor musical Allan Soares. Ele também acompanhou os vídeos dos depoimentos de testemunhas do caso e estudou sobre rituais satânicos que teriam sido realizados por Flordelis e seu marido, pastor Anderson do Carmo, morto com 30 tiros em junho de 2018.

Segundo Campbell, a pesquisa do livro sustenta que ela era bem-intencionada no início do seu trabalho social, quando começou a ajudar crianças, retirando-as das ruas e as livrando do tráfico. Nessa época, não passavam de 14. Mas isso mudou ao conhecer Anderson do Carmo, em 1991.

“Ele começou namorando a Simone, filha biológica da Flordelis, mas passou a transar com filha e mãe. Era um homem muito visionário e viu o potencial da Flordelis, percebeu que adotar muitos filhos seria um caminho para investir no papel da mulher que pratica assistencialismo, adoção. Ele mostra onde ela poderia chegar, e ela se corrompe. Vende a alma ao diabo, literalmente.”

Os dois se casaram em 1994. A partir de então, ela já tem o plano de se tornar a “mãe de 50 filhos”, slogan que usava ao contar sua história. “Seremos os pais do Brasil”, dizia Anderson. Ela conseguiu os holofotes por suas ações sociais, se tornou um fenômeno gospel, fundou um ministério (que funciona como um segmento religioso, à semelhança de uma igreja) e foi a mulher mais votada do Rio de Janeiro para o cargo de deputada federal em 2018.

Os agradecimentos por tantos feitos eram sempre direcionados a Deus. Mas, dentro de casa, a louvação era para o demônio, diz Campbell, mostrando o livro que afirma que o casal seguia. Na capa preta lê-se o título em dourado: “São Cipriano, o Bruxo” (ed. Pallas), referindo-se ao personagem de uma lenda que se conta ter sido um bruxo e, depois, convertido ao catolicismo e foi escrita entre os séculos 17 e 19. A obra traz instruções para feitiços, magias e invocações.

“A casa era uma seita, uma congregação diabólica. Ela seguia ritos desse livro. Havia um ritual de purificação em que ela tinha que transar com filhos, se banhar com o esperma deles, sempre no cunho macabro sexual”, afirma. Segundo depoimentos à Justiça, o que acontecia eram estupros.

“Ela dizia que tinha que haver troca de energia entre as pessoas, e a energia mais pura era do sexo, era nessa teoria maluca que havia abusos com os filhos.”

O advogado Rodrigo Faucz afirma que Flordelis não participava de abusos sexuais cometidos contra os filhos, que seriam praticados apenas por Anderson.

“Anderson estuprava crianças”

Morto aos 42 anos com 30 tiros, Anderson, afirma Campbell, era “o demônio dentro da casa”. Cometia abusos contra a esposa, de quem controlava todas as ações e subtraía parte do faturamento dela como artista, e contra os filhos —principalmente as filhas que, segundo relatos, eram estupradas, com força e violência, por ele. “Entre as vítimas há inclusive uma criança de 9 anos”, afirma o autor.

Pelas práticas abusivas recorrentes é que o plano para matá-lo, segundo denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro, começou a surgir, envolvendo Flordelis e alguns dos filhos. Ela é acusada de ter sido a mandante e, para o autor do livro, isso se deu porque ela queria se ver livre das amarras do marido. “Quando ela se transforma na personalidade que se tornou, as rédeas ainda eram dele, ele comandava tudo. Ela queria acabar com isso, soltar da mão dele. É quando resolve matá-lo.”

“O livro mostra como as pessoas usam a religião para fazer o mal”, diz o autor. “Usam o nome de Deus para praticar crimes, inclusive sexuais, arregimentam fieis, agem como se tivessem uma procuração de Deus —os cultos dela eram assim. Se falassem que não queriam fazer uma coisa, ela dizia que era porque o Diabo não queria.”

Em prisão preventiva desde agosto de 2021, considerada pelo advogado Rodrigo Faucz como “indevida” já que sua cliente não apresenta risco para o processo, Flordelis segue pregando na cadeia. No presídio Talavera Bruce, no Complexo Penitenciário de Bangu, faz cultos, autografa bíblias e está sob a proteção de uma líder da prisão, que teria sido curada de um mal estar por meio de orações feitas pela pastora. “Reconhecem a importância dela, a relevância como pessoa boa, religiosa e que quer o bem dos outros”, afirma Faucz. Da família, recebe visitas apenas da mãe, Carmosina, de 89 anos, e de uma prima, Laudicéia, 70, que é considerada irmã porque Carmosina a pegou para criar quando era criança.

Com informações de UOL



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