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Henrique descarta troca de partido para a eleição 2022



Ex-ministro de Estado e já tendo presidido a Câmara dos Deputados e o MDB no Rio Grande do Norte, o ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves ainda está analisando a possibilidade de vir a disputar o pleito proporcional em outubro deste ano. Porém, se decidir pela tentativa de chegar ao 12º mandato no Legislativo Federal, será candidato pelo MDB, partido ao qual está filiado desde 1970, quando disputou e venceu o primeiro dos seus 11 mandatos parlamentares. “Eu não estou no MDB. Eu sou MDB. Há uma diferença”, afirmou em entrevista ao “Jornal da Manhã” da Jovem Pan News Natal (93,5 FM). O ex-deputado afastou qualquer chance de deixar a legenda e ingressar em outro partido.


O ex-ministro do Turismo lembrou ter ouvido de Ulysses Guimarães que “partido não é hospedaria. Partido é a sua casa”. E afirmou: “Se as pessoas observarem o MDB como uma casa, se olhar o piso, as paredes, o teto e as janelas, verão as marcas das mãos de Henrique Eduardo Alves. E para fazer justiça, as minhas só não, as minhas e de Garibaldi. Como posso sair dessa casa que é minha se eu não estou incomodado? Estou bem acomodado e feliz. É minha vida e minha história. Não há possibilidade de eu sair do MDB, que é minha casa. Eu quero, pelo contrário, é que venham mais pessoas. Henrique e MDB ontem, hoje e sempre".


Com relação a queixas do ex-senador Garibaldi Filho, que é presidente de honra do partido, de que o ex-deputado teria contribuído para a diminuição dos votos do deputado Walter Alves, atual presidente do MDB, nas eleições de 2018, Henrique Eduardo disse nunca diria “uma vírgula contra Garibaldi", mas que a versão de que teria trabalhado contra a candidatura de Walter Alves em 2018 para beneficiar Benes Leocádio não é verdadeira.


O emedebista, inclusive, desafiou qualquer prefeito do MDB de 2018 a afirmar que ele tenha pedido para o político deixar de votar em Walter para votar em Benes. “Eu desafio aparecer um prefeito - não são dois -, um prefeito de 2018, do MDB, que tenha falado comigo, que tenha dito que ia votar em Walter e eu tenha dito a ele (não ele entendido), não vote em Walter e vote em Benes. Quero que apareça um que venha dizer que iria votar em Walter e que tenha dito que eu orientei a votar em Benes. Isso não existiu. Isso não é verdadeiro. A verdade sempre aparece", disse Henrique.


Perdas de votos em 2018


Segundo Henrique, todos os deputados federais com mandato e até o ex-senador Garibaldi Filho que disputaram aquelas eleições tiveram perdas significativas nas votações. "O deputado Walter perdeu 110 mil votos. Em 2018, a eleição foi em outubro e em maio eu estava saindo da prisão de 328 dias. Fiquei em casa. Naquele pior momento da vida, que força danada esse homem teria para transferir 100 mil votos de um candidato para outro? Não estou falando de 10, 20 mil votos, mas de transferir 100 mil votos para Benes", questionou Henrique.


Ele ainda lembrou que “o deputado Fábio Faria perdeu 90 mil votos de 2014 para 2018, o deputado Rafael Motta perdeu 91 mil votos, o ex-senador José Agripino ficou na segunda suplência, o senador Garibaldi, na sua reeleição, foi o 4º colocado para senador em Natal”. Então, explicou Henrique Eduardo, “não foi uma coisa contra o deputado Walter. Foi uma ventania de mudanças, contra lideranças tradicionais, uma nova política (que é pior do que a que quiseram mudar), atingiu Walter, o deputado Fábio, Rafael, Garibaldi, José Agripino. O deputado João Maia, com a irmã bombando sendo senadora, perdeu 45 mil votos. Então não foi Henrique".


Já a respeito de uma eventual candidatura a deputado federal, concorrendo com Garibaldi Filho, que já anunciou sua pré-candidatura à Câmara, Henrique Eduardo explicou que já foi deputado federal ao lado do pai, Aluízio Alves, bem como de Ismael Wanderley, falecido marido da irmã gêmea Ana Catarina.


Visitas ao interior


Mesmo assim, Henrique Eduardo disse que começou a percorrer o interior, revendo amigos e que não nada definido sobre uma futura candidatura a deputado federal: “Não sei (se há espaço para ele e Garibaldi na disputa para Câmara). Estou conversando para ouvir, para saber se eu vou ser candidato, se o povo quer que eu seja candidato, se acha que eu ainda posso ajudar depois de tudo que ajudei. Só tenho gratidão. O sujeito com 11 mandatos tem que pedir mais o quê? Tem só que agradecer e muito pelo que o Rio Grande do Norte me deu e fez, deu a chance de construir o que eu construí. O que vier a mais é se o povo entender que eu posso ajudar ainda mais. Não sei o que acontecerá. Mas o RN não perderá nada. Imagine o RN com Henrique e Garibaldi, com a história que têm, pelo que aprenderam nesses anos, como deputados”, disse.


O ex-deputado reafirmou que não tem uma decisão tomada ainda. “Mas tem uma coisa mexendo dentro de mim que não posso negar. Cada viagem que eu faço isso fica muito mexido e o carinho das pessoas é algo generoso", destacou. Ele ressaltou que há duas frases do pai que leva muito consigo e consegue praticar: “são coisas que não saem da minha cabeça: fazer a luta sem ódio e sem medo, e a esperança não morre”.


Ele também disse que foi “inteiramente favorável a cessar as coligações. Acho que mascarava seu resultado final. Cada partido tem que ter sua cara. Mais votos ou menos votos, não importa. São votos de consciência para aquele partido, cada um com sua cara e vá buscar seus votos".


“Fevereiro será decisivo para as candidaturas”
Como estão essas andanças do senhor no interior do Estado?


Recomecei o reencontro de amigos, depois de tudo o que passei, imagine a ansiedade que eu estava em viver esse momento, sem nenhum foco partidário e eleitoral, acho que não é o momento, porque vai chegar a hora de decidir, mas matar a saudade, conversar com as pessoas, aquilo que fiz a vida inteira. Fui à Parelhas, na festa de São Sebastião, no início da semana, e fui a São João do Sabugí, no sábado (15), comecei essa caminhada por São João do Sabugí porque tem um simbolismo, e eu me apego muito a esse simbolismo, na eleição de presidente da República, Ulysses Guimarães candidato, foi a única cidade do Rio Grande do Norte naquela campanha (1989), que ele venceu. Isso é uma coisa importante, mostra fidelidade, mostra lealdade, mostra o MDB raiz. O meu querido prefeito Anibal Pereira tem seis mandatos, só tem um no Brasil que tem mais do que ele, se não me engano, na Bahia, tem sete. Fui lá e me recebeu com muito carinho, andando pelas ruas, de casa em casa, foi uma coisa emocionante. Depois fui a Caicó, naturalmente, a cidade líder do Seridó, vereador Raimundo Inácio, “Lobão”, vereadores de outras cidades. Eu quero sobretudo ouvir, o momento meu é de ouvir as pessoas, o que é que estão pensando sobre o Rio Grande do Norte e esse Brasil intolerante, polarizado, que cada dia nos entristece mais. E fui a Mossoró (dia 18) porque foi lá que despertei para a vida pública naquela inesquecível vigília de 72 horas, perdendo a eleição meu pai (Aluizio Alves) inventa de fazer 72 horas em cima de um caminhão e ganha a eleição por 70 votos. Eu participei daquilo, que me despertou, não podia ser diferente essa vocação, vontade de ver aquilo de novo e de uma maneira interagir.


Como o senhor avalia a participação do prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), nas eleições deste ano?


Eu tenho ouvido muito sobre Álvaro Dias, impressionante a administração que ele vem fazendo, o trabalho que fez na pandemia, os horizontes que ele está abrindo para Natal está tendo uma repercussão muito grande no interior do Estado, porque quem mora no Seridó, o Agreste, Oeste, vem a Natal por alguma razão, um familiar seu mora aqui, então o trabalho de Álvaro está tendo excelente repercussão. Uma das coisas que eu ouço e ai é mais do que ouvir as pessoas, as pessoas me perguntam se Álvaro pode ser candidato a governador, como estou ouvindo isso, estou transmitindo isso na medida que eu posso, porque acho que faz bem a Natal, saber que tem um prefeito também avaliado e com a perspectiva de disputar o governo do Estado. Eu tenho conversado com Álvaro, quase que todo dia, somos amigos há tantos anos de lutas comuns, estou ouvindo o nome dele, mas talvez o Rio Grande do Norte é um dos estados brasileiros que esteja vivendo a maior incógnita de todos. Hoje, além da governadora Fátima Bezerra (PT), que respeito muito e é candidata natural à reeleição, não se sabe qual será o candidato a governador que poderá enfrentá-la, nem a senador, naturalmente Jean Paul (PT), que é um bom senador pelo Estado, não se sabe quem vai se candidatar nem ao Senado e nem ao governo do Estado. É incrivel, um estado que sempre teve lideranças, que muitos antes discutiam, costuravam politicamente, chegar o ano eleitoral e não se sabe o nome de candidatos definidos nessas posições tão importantes. O mês de fevereiro é decisivo para as candidaturas e vamos ver as opções que surgem.


Como o senhor avalia o governo Fátima Bezerra?


Primeiro é bom dizer e deixo muito claro, tenho o maior respeito pela governadora Fátima Bezerra, fui seu colega na Câmara dos Deputados, acompanhei sempre a sua luta, é uma pessoa acima de qualquer suspeita do ponto de vista da ética, da honestidade, mas ela tem tido muitos problemas no governo, pegou uma pandemia, como todos os estados pegaram, tem uma oposição muito acirrada e competente na Assembleia Legislativa, tem problemas na saúde e na educação, mas acho que a conjuntura nacional atingiu muito brutalmente o governo do Estado. Acho que tem muitas lacunas que não foram plenamente, por essas razões e outras, da própria administração, atendidas na expectativa do RN, mas faz parte do governo, quer fazer tudo, mas não consegue. Ficam muitos espaços e ouvia muito isso: quanto melhor a oposição, melhor será o governo, desde que o governo tenha humildade de ouvir, é uma lição muito importante, frase que ouvia muito de Ulysses Guimarães. Então, talvez falte ao governo Fátima essa humildade para ouvir a oposição, tirando daquelas propostas, tirando o radicalismo, da oposição por ser oposição, as boas ideias construtivas. Vejo com essa ressalva, mas torcendo para que dê certo, não posso torcer para que o governo do meu Estado dê errado, porque quem vai pagar sou eu e todos.

Folha do Alto

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