“Um a gente não conseguiu salvar, pois ele pulou quando saímos para comer”, contou o desempregado Wellington Inácio de Melo Filho, que está na ponte desde sábado, fazendo o trabalho de vigília.
Despois deste suicídio, mais membros da igreja se somaram à vigília, a desde então, cerca de seis pessoas, sendo três de cada lado, ficam no alto da ponte atentas a qualquer um que chegue por lá em atitude suspeita.
“A gente chega junto, oferece ajuda, conversa, ora e acompanha a pessoa até lá embaixo, onde um de nós ou mesmo a polícia, que passa muito por aqui, dá uma carona para casa e entrega à família”, acrescenta Wellington.
No pé da ponte, pelo lado da Redinha, o grupo de fiéis do Pastor Rubens, idealizador da vigília, improvisou um acampamento, com tenda para refeições e barracas para repouso dos voluntários e até das pessoas que foram impedidas por eles de tentar contra a própria vida delas.
Há quatro dias no local, os voluntários já têm muitas histórias para contar, de pessoas de todas as idades, condições financeiras e aflições que em momentos de angústia pensam em não mais viver. O grupo que fica embaixo diz que está atento a pessoas em comportamento suspeito.
“Ficamos por aqui, evangelizando e prestando atenção às pessoas. Quando identificamos um possível suicida, passamos uma mensagem por rádio a alguém que está no alto da ponte, passando as características físicas e vestimentas. Carros que param lá em cima, também são abordados pelos irmãos”, explicou Elisângela Leonês, vendedora autônoma, que deixou de trabalhar para atender ao chamado do pastor para o trabalho voluntário pela vida.
A meta dos homens e mulheres que se comprometeram com o trabalho de vigília e salvamento é passar 30 dias no local e, além de evangelizar e salvar vidas, querem chamar atenção para a necessidade de vigilância 24 horas e sete dias por semana no alto da ponte Newton Navarro.
Quer ajudar?
Até agora, os voluntários têm contado com a solidariedade de pessoas que, aos poucos, estão tomando conhecimento do trabalho. Os rádios para comunicação e uma moto para o transporte de cima a baixo da ponte foram emprestados por empresários, para os 30 dias de vigília. Doações de água, comida pronta e colchonetes também são necessárias.
“Seria muito bom se alguma empresa pudesse nos emprestar um banheiro químico, porque estamos tendo que ir no mato mesmo”, acrescentou Elisângela.
O que diz a Polícia Militar
Desde sábado (20), ao comentar o salvamento por PMs de um rapaz que tentou se jogar da ponte, o Tenente Coronel Franco, assessor de comunicação da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, disse que é um desejo antigo da corporação manter guarnição 24 horas por dia na Newton Navarro. Mas, segundo o oficial, a falta de efetivo impede tal providência.
Portal RN no Ar
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