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Copa do Mundo 2018: cristãos foram impedidos de jogar pelo Egito



Enquanto a atuação do Egito se destacou, em especial pelo desempenho do jogador Mohamed Salah, do Liverpool, a discriminação contra atletas cristãos na seleção egípcia permaneceu em silêncio nos bastidores da Copa do Mundo.

De acordo com a organização Portas Abertas do Reino Unido, os cristãos coptas foram proibidos de participar da seleção do Egito, que foi eliminada na primeira fase da Copa do Mundo.

“‘Os cristãos não jogam futebol no Egito’. Esta era a primeira coisa que eu ouvia quando me inscrevia para jogar futebol nos clubes”, revela o jogador Remon Zakhry, que atua em um pequeno clube de Assiut, no Alto Egito.

Quando Remon Zakhry estava prestes a assinar um contrato para se juntar ao clube El Gouna, da Segunda Divisão, ele foi impedido pelo treinador Ismail Youssef, que ficou surpreso quando viu seu nome e descobriu sua religião.

“Ele devolveu minha identidade e saiu da sala. O contratado que participou da reunião me disse depois que Youssef não gosta de trabalhar com cristãos”, conta o atleta. O El Gouna negou a discriminação contra cristãos e disse que esta era uma “justificava” de jogadores que têm “pobres talentos”, segundo o site Express.

“Nós enfrentamos discriminação em todos os níveis”, revelou a cristã Mina Milad. “O futebol é um jogo popular e eles acreditam que os coptas não devem obter a fama e a riqueza de um jogador de sucesso”.


Apenas um jogador cristão, Hany Ramzy, conseguiu fazer parte da seleção egípcia e outros poucos atletas conseguiram entrar em clubes do país. Ramzy costuma ser mencionado sempre que há uma denúncia de discriminação contra os coptas, mas é citado como uma exceção que põe a regra à prova.

“É triste ver crianças cristãs crescendo com o sonho de representar o Egito em uma Copa do Mundo sabendo que, a menos que algo seja feito para mudar a discriminação sistemática, isso nunca acontecerá”, lamenta Michael Jones, um empresário egípcio cristão.

Os cristãos representam cerca de 10% da população do Egito, mas nenhum dos 122 atletas que disputaram o Egito nos Jogos Olímpicos de 2016 eram coptas.

A organização Solidariedade Copta apresentou uma queixa ao Comitê Olímpico Internacional, afirmando que a ausência de cristãos foi “produto da discriminação enraizada que existe na administração do atletismo e do futebol no Egito, e na sociedade egípcia em geral”.

Outro disse que o único caminho livre de discriminação eram as ligas organizadas pela igreja cristã no Egito, que não tinham um perfil suficientemente alto para atrair a atenção de ligas estrangeiras e lucrativas.
Fonte: Guia-me e Missão Portas Abertas

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