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Ex-criminoso fala como deixou o passado para virar missionário: “Marcas que não saem”

O pastor e missionário Paulo Oliveira tem muitas histórias incríveis para contar. Sua conversão já é um grande episódio de sua vida. Ele, que já foi criminoso e ficou preso por mais de quatro anos, se converteu ao Evangelho e passou mais de 50 anos em missões por mais de 20 países. Mesmo sem saber falar em inglês, ele foi corajoso e enfrentou desafios para resgatar vidas das trevas. O Portal Guiame esteve presente durante o Congresso de Adoração, Intercessão e Missão Diante do Trono, onde Paulo testemunhou um pouco de sua história.
“Missões faz parte da minha vida. Eu nasci no Evangelho no dia 24 de maio de 1967. Estou há 50 anos servindo a Deus e aprendi com o meu primeiro líder: meu chamado, minha vida. Minha vida, meu chamado”, iniciou.
“Eu sou um ex-bandido. Estive preso durante quatro anos. Foi considerado irrecuperável para a sociedade, elemento nocivo. Mas, um dia na cadeia apareceu um jovem cantando ‘Foi na cruz, foi na cruz’. E quando eu saí da cadeia, saí com a semente no coração. No dia 24 de maio, em um culto caseiro, eu ouvi o mesmo hino e foi lá onde eu entreguei a minha vida para Jesus”, contou.
“Eu vivia incomunicável na penitenciária de segurança máxima de Juiz de Fora. Eu tive várias fugas da cadeia, diversas coisas denegriram a minha vida como elemento irrecuperável. Mas, na noite que eu escutei ‘se alguém está em Cristo é nova criatura. As coisas velhas se passaram e tudo se fez novo’ eu caí de joelhos. Eu tomava mais ou menos três picadas de anfetamina na veia por dia, era dependente de último grau. Mas o poder da transformação, o poder do milagre foi tão grande que assim que terminaram de orar comigo aconteceram três milagres instantâneos”, disse.
“O primeiro. O meu apelido era Paulinho do Bonfim e Paulinho do Bonfim naquela noite morreu sem direito a ressurreição. O efeito da droga desapareceu e a minha mente era como se eu nunca tivesse usado droga na minha vida. Com 14 dias eu fui batizado no Espírito Santo. Com seis meses eu já era diácono. Dirigia quatro grupos familiares em uma congregação”, relatou.
“Eu queria ser como Paulo. Ele falava muito sobre casamento e uma das palavras que aprendi com o Paulo foi que não se deve estar em jugo desigual. Eu cheguei em um tempo onde eu achei que poderia ter um lar, sair da casa de meus pais. Então eu jejuei seis meses até às duas horas da tarde e depois fiquei três dias sem beber água para que Deus me desse uma companheira que tivesse a mesma visão e o mesmo sentimento que eu tivesse”, contou.
“E uma noite uma vigília passou essa morena dos olhos cor de mel e dentro do meu coração veio a palavra: ‘Essa é a sua esposa’. Com dois meses de casado, Deus me chamou para trabalhar com índios. Deus mandou vender tudo, largar tudo. Eu já tinha ouvido falar sobre os índios e um casal de Ingleses estava orando para alguém que fosse evangelizar os índios. Foram seis anos de missões no Amazonas”, ressaltou.
A última missão do pastor Paulo Oliveira foi resgatar crianças da prostituição, na Índia. (Foto: Arquivo de Ministério).
“Chore pelas meninas da Índia”
“Uma vez quando eu entrei na minha igreja, o pastor Márcio (Valadão) estava no último banco esperando. Ele veio, colocou as duas mãos dos meus ombros, olhou nos meus olhos e disse: ‘Paulo Roberto, missionário querido. vai para mim na Índia?’. Aí eu pensei: ‘meu missionário querido’? É Deus falando comigo. Eu disse para ele que precisava conversar com meu líder, com a minha esposa. Eu disse: ‘Márcio, eu não falo inglês eu só tenho o terceiro ano primário inacabado daquele tempo antigo. Você tem na sua igreja poliglotas’. Eu estava com 58 anos. Ele olhou dentro dos meus olhos e me perguntou: ‘Você fala a língua do amor de Deus?’ Eu disse que sim”.
“Ele disse: ‘Paulo, vai para a Índia. Vai chorar pelas meninas da Índia’. Quando eu cheguei na Índia, eu pensei que ia trabalhar em um lixão. Não tinha nem pensamento de como era base missionária lá. Quando eu entrei na luz vermelha, umas 10 horas da noite e vi o que realmente era aquilo, são centenas de prostitutas. Eu estava assustado ao ver tudo aquilo, mas em todo momento eu lembrava das palavras do pastor Márcio: ‘Chora pelas meninas da Índia’. Eu cheguei em um lugar na luz vermelha onde eu dobrei os meus joelhos e já comecei a orar em línguas”, lembrou.
“Foi quando passou um eunuco oferecendo crianças. O rapaz falou comigo e disse que ali era tudo crianças de cárcere privado, que saem para serem oferecidas às pessoas. Você choca ao ver. Veio um homem e falou comigo: Essas aí já são carne podre, mas se vocês quiserem carne fresca nós temos de idade de 5 a 7 anos. Foi por isso que Deus levantou o Diante do Trono e deu essa visão”, contou.
“Começamos a fazer um trabalho com essas crianças, juntava cerca de 60. Algumas prostitutas nos chamavam para ir onde elas moravam. Eram vários quartos com crianças brincando no corredor. As mulheres entravam ali com os fregueses e nós ministramos, oramos. Foi um dos momentos mais cruciais da minha vida. Um dia, ela chegou e disse que tinha uma menina que estava morrendo com Aids. A menina soube que estávamos por lá e quis nossa visita”, colocou.
“Quando eu vi aquela menina de uns 13 anos, em estado terminal de HIV. Ali tinha morrido a bisavó, depois a avó, depois a mãe. Ela era a última. Quando nós chegamos, era um beco bem pequeno e ela praticamente acabada, magrinha. Coloquei a minha mão debaixo da cabeça dela e falei que Jesus a amava. Ela tomou um choque, porque o amor que ela conhecia era para os fregueses. Ela não entendia o amor como algo além de fazer sexo”, disse.
“Quando começamos a ministrar sobre o amor de Deus para ela, ela começou a chorar. Falamos da salvação e ela aceitou Jesus, mas ela estava muito mal. Os médicos rapidamente levaram ela para o hospital, mas não demorou muito. Depois de 15 minutos ela partiu. Essas marcas nunca saem das nossas vidas. Ela morreu, mas ela foi salva, liberta e evangelizada.
Confira o testemunho na íntegra:

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