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Coreia do Norte lidera a Lista Mundial de Perseguição 2018



Todos os anos, a Portas Abertas divulga a Lista Mundial da Perseguição. Essa lista consiste em um ranking dos 50 países onde a perseguição aos cristãos está presente e afeta a vida daqueles que professam a fé em Jesus Cristo.

O ranking tornou-se referência quando o assunto é a Igreja Perseguida ao redor do mundo.

A Lista analisa a vida privada e pública dos cristãos em dezenas de países. Por meio de pesquisas e cruzamento de dados, ela provê uma fotografia precisa das dificuldades que os cristãos enfrentam.

Estima-se que hoje, mais de 215 milhões de cristãos são perseguidos ao redor do mundo por causa da fé.

Os relatórios da equipe de pesquisa da Lista constataram que a opressão vivida pelos cristãos está crescendo de uma forma geral, apesar de as formas de perseguição variarem conforme cada região.

COREIA DO NORTE

A Coreia do Norte lidera a Lista Mundial da Perseguição pelo 16º ano consecutivo. No país, direitos à liberdade de pensamento, religião, expressão e informação não são respeitados, e não há mudança para a igreja há anos: cristãos enfrentam níveis de pressão extremos em todas as áreas da vida, combinados com alto grau de violência.

Em relação a 2016, quanto à avaliação e classificação da Lista Mundial da Perseguição, o país teve um aumento de 2 pontos em 2017. A pontuação da violência aumentou, pois não apenas as casas dos cristãos foram invadidas, mas também as lojas e as empresas destes. Esse aumento deve-se, em parte, ao crescimento da paranoia do governo que impôs ao país total isolamento em relação ao mundo, inclusive do seu vizinho mais importante, a China.

Na nação mais fechada do mundo, o cristianismo é visto como ocidental e hostil e se espera que os cidadãos adorem somente a família Kim, que governa o país desde sua fundação, em 1948.

Por esse motivo, cristãos escondem sua fé até mesmo de sua própria família temendo ser presos e enviados para campos de trabalhos forçados. O exercício da fé cristã em comunidade também é afetado, já que igrejas não podem existir, e reunir-se com outros cristãos é uma atividade perigosa, bem como ler a Bíblia ou expressar a fé cristã de qualquer maneira.

Apesar da dificuldade em confirmar o número de cristãos em um ambiente altamente restritivo, a Portas Abertas estima haver entre 200 mil e 400 mil cristãos. Quaisquer que sejam os números, as estatísticas mostram que a igreja secreta e doméstica está crescendo de forma lenta, mas firme.

O assassinato do meio-irmão de Kim Jong-un, Kim Jong-nam, em Kuala Lumpur, em fevereiro de 2017, mostra a truculência do regime, quando se vê ameaçado. A morte de Otto Warmbier, estudante norte-americano após 14 meses em um campo de trabalhos forçados também destacou a terrível situação vivida no país. Há um ditado norte-coreano que ilustra bem a mentalidade da sociedade: “Onde quer que estejam duas ou três pessoas reunidas, uma é espiã”.

Situação atual

• Há um programa sobre estudos religiosos na Universidade Kim Il-sung desde 1998. Os graduados são enviados para trabalhar para federações religiosas oficialmente reconhecidas, para o setor de comércio exterior ou com guardas de fronteira para identificar a atividade religiosa clandestina. Muitos são recrutados como espiões para denunciar atividades cristãs no país.

• A fronteira com a China tornou-se mais controlada, dificultando a situação dos cristãos em ambos os lados da fronteira. O assassinato do coreano-chinês Christian Han-Choong Ryol por assassinos norte-coreanos na China, em abril de 2016, ilustra os riscos envolvidos.

• Como o regime na Coreia do Norte é comunista, todas as religiões são vistas como “supersticiosas” e, portanto, combatidas. No entanto, as religiões asiáticas (como o budismo) têm um pouco mais de espaço.

• Em geral, a pressão sobre os cristãos na Coreia do Norte aumentou em quase todas as esferas da vida, fazendo-a chegar a um nível extremo.

• O aumento da pressão e perseguição aos cristãos reflete a realidade de um Estado onde a paranoia ditatorial é evidente em todas as partes da sociedade. Provavelmente não há outro país na Terra onde o termo paranoia se encaixe melhor.

A perseguição aos cristão na Coreia do Norte

Hoje, na capital, Pyongyang, há oficialmente uma igreja católica, duas igrejas protestantes e, desde 2006, uma igreja ortodoxa russa. Embora isso pareça um bom sinal, norte-coreanos afirmam que essas igrejas servem apenas como peças de um show que tenta mostrar que há liberdade no país. Por motivos de segurança, nenhuma informação de igrejas subterrâneas pode ser divulgada.

A Associação de Arquivos de Dados de Religião informa que tradicionalmente o budismo e o confucionismo têm mais seguidores, mas o regime tem sido bem-sucedido em suas tentativas de erradicar todas as religiões. A Portas Abertas não concorda com essa declaração da Associação.

A pressão sobre os cristãos acontece em um nível extremo e afeta todas as esferas da vida. Para os norte-coreanos, ser cristão requer manter esse segredo bem protegido, não só das autoridades, mas também de amigos, vizinhos e até mesmo de suas próprias famílias.

Sendo um país tão repressivo, torna-se impossível realizar qualquer tipo de atividade que mostre vida ativa da igreja, logo, reuniões entre cristãos acontecem de forma secreta, sem levantar qualquer tipo de suspeita das autoridades, já que qualquer pessoa engajada em atividades religiosas clandestinas é submetida à discriminação, prisão, detenção em campos de trabalhos forçados, desaparecimento, tortura e execução pública, juntamente com suas famílias.

Por isso também, livros cristãos são cuidadosamente escondidos e usados apenas quando há certeza de que as pessoas reunidas estejam de fato sozinhas; em geral, depois que as informações dos livros são repassadas e memorizadas, os materiais cristãos são destruídos.

O número de cristãos mortos e presos parece aumentar e a punição aos cristãos se torna mais severa a cada dia. Se os cristãos são descobertos, não só são deportados para campos de trabalhos forçados como criminosos políticos ou até mortos no local, suas famílias também compartilharão o mesmo destino. Os cristãos não têm o menor espaço na sociedade, pelo contrário, são hostilizados publicamente. Conhecer outros cristãos e reunir-se com eles para adorar é quase impossível e caso alguém se atreva, deve fazer isso em secreto.

As igrejas abertas ao público em Pyongyang são totalmente regidas pelo governo e expostas apenas com a finalidade de que o mundo acredite que tudo vai bem e não há perseguição religiosa, ou seja, uma propaganda falsa.

Houve incursões contra cristãos e assassinatos, mas nenhum detalhe pode ser publicado por motivos de segurança. O pastor canadense e coreano, Hyeon Soo Lim, foi libertado da prisão em 9 de agosto de 2017, depois de ter confessado sua culpa. O pastor Dong-cheol Kim, no entanto, ainda está detido na Coreia do Norte.

Dois cristãos coreanos e palestrantes da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang (PUST), Tony Kim e Hak-song Kim, foram presos em abril e maio de 2017, respectivamente. A Coreia do Norte acusou-os de comportamento contra o regime. Em uma mudança de política de contratação, PUST agora está procurando por funcionários não-americanos.

Veja abaixo a lista dos 50 países que mais perseguem os cristãos:

1º Coreia do Norte
2º Afeganistão
3º Somália
4º Sudão
5º Paquistão
6º Eritreia
7º Líbia
8º Iraque
9º Iêmen
10º Irã
11º Índia
12º Arábia Saudita
13º Maldivas
14º Nigéria
15º Síria
16º Uzbequistão
17º Egito
18º Vietnã
19º Turcomenistão
20º Laos
21º Jordânia
22º Tajiquistão
23º Malásia
24º Mianmar
25º Nepal
26º Brunei
27º Catar
28º Cazaquistão
29º Etiópia
30º Tunísia
31º Turquia
32º Quênia
33º Butão
34º Kuwait
35º República Centro-Africana
36º Territórios Palestinos
37º Mali
38º Indonésia
39º México
40º Emirados Árabes Unidos
41º Bangladesh
42º Argélia
43º China
44º Sri Lanka
45º Azerbaijão
46º Omã
47º Mauritânia
48º Bahrein
49º Colômbia
50º Djibuti

Fonte: Missão Portas Abertas

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