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Evangélica, noiva morta em tragédia aérea sonhava chegar de helicóptero ao casamento



A queda de um helicóptero na tarde deste domingo (4) em São Lourenço da Serra (Grande São Paulo) deixou quatro pessoas mortas, incluindo uma noiva que estava a caminho de seu casamento. A aeronave, modelo Robinson 44, voava em direção ao sítio Recanto Beija­Flor, na mesma cidade, onde haveria a festa. Caiu por volta das 16h, perto da rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo ao Sul, e a 5 km de onde estava programada a celebração. Além da noiva, Rosemere do Nascimento Silva, 32, e do piloto, estavam dentro do helicóptero acidentado um irmão dela e a fotógrafa do casamento, que estava grávida.

“Eles estavam demorando demais e não conseguíamos contato. Logo depois ficamos sabendo do acidente”, disse Carlos Eduardo Baptista, dono do Recanto Beija­Flor. “Quando ficou confirmado que os quatro tinham morrido, chamei o pastor e o noivo para a dar a notícia. Ele ficou chocado, chorou muito.” No horário do acidente, a região tinha tempo encoberto, com neblina, chuva fraca e baixa visibilidade, segundo os institutos de meteorologia –situação que dificulta voos. O casamento, diz Baptista, seria às 16h, e a aeronave pertencia a uma empresa que já tinha feito esse percurso outras duas vezes –ela não foi localizada pela reportagem. A noiva queria surpreender o noivo chegando ao casamento de helicóptero, disse Baptista, uma das únicas pessoas que sabiam da surpresa. Rosemere era auxiliar de enfermagem e iria se casar com Udirley Marques Damasceno, 34, que é chaveiro. Como os noivos eram evangélicos, um pastor celebraria a cerimônia, que seria validada também por um juiz. Em seguida, haveria um jantar para os convidados, sem distribuição de bebidas alcoólicas. Segundo Baptista, os parentes das vítimas levaram alimentos para distribuir para entidades assistenciais.

VOLTAS


O helicóptero caiu sobre uma área de chácaras, no bairro Barrinha. O vigilante Rubens Pires, 36, diz que ele dava voltas, como se procurasse um local para pousar.

“Ele foi e voltou duas vezes. A hélice parece que se desfez e depois ouvimos um barulho do helicóptero caindo no meio das árvores”, afirmou. A cuidadora Cíntia Camargo Pires, 35, disse que viu a aeronave girando antes de cair. “Estava saindo fumaça. A hélice estava parada, e o helicóptero é que girava”, disse. O operário Elenilson Santos de Castro, 42, afirmou que a aeronave fez dois grandes estouros antes de cair. “Quase caiu sobre a minha casa.” Os moradores afirmaram que havia muitas crianças num campo próximo de onde o helicóptero sobrevoava.

REGISTRO

A aeronave havia sido comprada recentemente, segundo informações da Anac (agência de aviação civil). A situação dela era regular, pelos registros do órgão. Segundo a Anac, houve dois acidentes fatais em 2015 com o modelo Robinson 44. Ao todo, o país teve 13 acidentes de helicóptero no ano passado, com todos os modelos, sendo cinco com mortes. Entre os anos de 2006 a 2015, houve 211 acidentes de helicóptero no Brasil.

(Folha)

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